O homem foi levado à delegacia, mas liberado; uma das tatuagens era uma suástica
Um homem com tatuagens nazistas e racistas foi conduzido a uma delegacia e liberado logo em seguida, no Rio de Janeiro. Apologia ao nazismo é crime de acordo com a lei n° 9.459/97, e a pena prevista é de dois a cinco anos de reclusão.
O homem tinha entre suas tatuagens uma suástica, símbolo usado pelo Partido Nazista, e um sol negro, que também é usado em referência ao nazismo. A terceira tatuagem era a frase “white pride” (“orgulho branco”).
O registro da ocorrência foi postado por Leonardo Guimarães, e nele o policial que atendeu o caso deu definições da suástica e do sol negro sem citar sua ligação ao nazismo e à Adolf Hitler no século 20, tentando dar explicações mitológicas para as tatuagens. A tatuagem racista nem sequer foi incluída no registro.
Leonardo Guimarães, que é pós-graduando em Justiça e Segurança Pública na UFF, avistou as tatuagens e chamou a polícia para resolver o caso. Ele afirma que foi chamado de “comunista gayzista estudantezinho” pelo inspetor, que teria pedido desculpa ao apologista nazista e dito que ele poderia usar o que quisesse.
Ao questionar a posição do policial, explicando que o STF dizia que aquilo não era liberdade de expressão e sim crime,Guimarães teria ouvido do inspetor, de acordo com entrevista concedida ao UOL:
Que se f*da o STF. O STF fica legislando, não tenho nada a ver, ele não manda nessa delegacia”.
Para o UOL, a Polícia Civil do Rio nega que tenha sido feita “qualquer opinião ou ofensa” por parte dos agentes da 9ª DP da Polícia Civil carioca.
O post onde Leonardo Guimarães fez a denúncia está no Twitter. Confira:
Levei um cara com uma suastica, um sol negro e um "white proud" tatuados no braço pra delegacia. O cara que me atendeu é bolsonarista, pediu desculpa pro nazista, disse q ele pode usar o que quiser e disse que sou comunista gayzista estudantezinho pic.twitter.com/nqZ98OXyNN
— Leonardo Guimarães (@Leo_guimaraes65) January 28, 2023