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Notícias / Mundo

França leva a julgamento médico acusado de abusar de 300 pacientes

Joel Le Scouarnec, cirurgião de 74 anos, pode ser o pior pedófilo da história do país; vítimas buscam justiça e mudanças na legislação

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 10/03/2025, às 16h30

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Joel Le Scouarnec - Reprodução/Vídeo/Sky News
Joel Le Scouarnec - Reprodução/Vídeo/Sky News

Um médico de 74 anos enfrenta um julgamento histórico na França, acusado de abusar sexualmente e estuprar cerca de 300 pacientes, a maioria menores de idade, em hospitais no oeste do país.

As audiências, que começaram nesta segunda-feira, 10, reúnem cerca de 200 supostas vítimas, que tinham entre 18 meses e 70 anos quando sofreram os abusos. O caso, que chocou o país, levanta questões sobre a proteção de menores e a responsabilidade das instituições.

O cirurgião, que descreveu seus crimes em um diário descoberto em 2017, já havia sido condenado em 2020 a 15 anos de prisão pelo estupro de uma vizinha, uma paciente e duas sobrinhas, todas menores de idade.

Agora, ele enfrenta novas acusações, baseadas em relatos de centenas de vítimas que, muitas vezes, só descobriram os abusos durante a investigação. O caso expõe falhas no sistema de proteção à criança, como a prescrição de crimes sexuais após 30 anos e a falta de medidas eficazes para denunciar e punir abusadores.

Mudanças

Organizações de proteção à criança, como a Innocence en Danger, e especialistas em direitos humanos defendem mudanças na legislação francesa. Entre as propostas, estão a abolição do prazo de prescrição para crimes sexuais contra menores e a ampliação da definição de estupro para incluir casos de abuso de poder, como o que ocorreu entre o médico e seus pacientes.

"Dezenas de vítimas não foram reconhecidas como pleiteantes porque os crimes prescreveram após mais de 30 anos. O prazo de prescrição para crimes sexuais contra menores deve ser abolido", explica a organização à imprensa.

Segundo o UOL, o julgamento, que deve durar quatro meses, é visto como uma oportunidade para dar voz às vítimas, promover a conscientização sobre o abuso infantil e fortalecer a proteção de crianças e adolescentes na França.

"Não devemos hesitar em denunciar as pessoas quando tomamos conhecimento de ataques. Precisamos conversar com as crianças sobre agressão sexual desde cedo para prepará-las", afirmou Magali Lafourcade, ex-juíza e secretária-geral da Comissão Consultiva Nacional para os Direitos Humanos (CNDH), à imprensa.