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Notícias / Evolução

Fóssil de 525 milhões de anos revela segredos da evolução cerebral em animais

Análise de pequeno animal marinho já extinto revela padrão cerebral existente até hoje

Éric Moreira, sob supervisão de Wallacy Ferrari Publicado em 30/11/2022, às 12h05

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Fotografia de fóssil de antigo animal marinho que revelou mistério sobre evolução cerebral - Divulgação/King's College London
Fotografia de fóssil de antigo animal marinho que revelou mistério sobre evolução cerebral - Divulgação/King's College London

Pesquisadores do King's College London, uma das mais prestigiadas universidades do Reino Unido e do mundo, em parceria com a Universidade do Arizona, dos Estados Unidos, recentemente fizeram uma descoberta que solucionou um grande debate sobre o cérebro dos artrópodes — o filo mais vasto e com maior número de espécies do reino animal —, que pode mudar grandemente a forma como os animais são estudados e a evolução cerebral das espécies.

O estudo, publicado na última quinta-feira, 24, na revista Science, consistiu em uma análise detalhada dos restos fossilizados de um lobopodiano, conhecido como Cardiodictyon catenulum, um espécime de um verme marinho que viveu há 525 milhões de anos.

O fóssil, por sua vez, media apenas cerca de 1,5 cm, o que impossibilitava a radiografia da amostra. Dessa forma, a análise foi feita pelos pesquisadores a partir de imagens digitalizadas de alta resolução formadas através da filtragem de diferentes comprimentos de onda de luz.

Fóssil de lobopodiano de 525 milhões de anos
Fóssil de lobopodiano de 525 milhões de anos / Crédito: Divulgação/King's College London

Conclusões

As análises revelaram, no animal pré-histórico, a existência de um sistema nervoso segmentado ao longo de seu tronco, além de um cerébro composto por três partes distintas. Então, a partir de uma comparação do fóssil com outros artrópodes — inclusive espécies vivas até os dias de hoje —, um padrão cerebral que persistiu desde o período Cambriano (entre 542 e 488 milhões de anos atrás) até atualmente. 

Identificamos uma assinatura comum de todos os cérebros e como eles se formaram", afirmou Frank Hirth, um dos autores do estudo, em comunicado. "Percebemos que cada domínio do cérebro e suas características correspondentes são especificados pela mesma combinação de genes, independentemente da espécie que examinamos."

Segundo os pesquisadores, como informado pela Revista Galileu, as descobertas apontam a grande capacidade de adaptação e evolução de espécies a partir das adversidades do planeta. "Numa época em que grandes eventos geológicos e climáticos estavam remodelando o planeta, animais marinhos simples, como Cardiodictyon, deram origem ao grupo de organismos mais diversificado do mundo", encerra Nicholas Strausfeld, também em comunicado.