Crânios deformados de antigo povo que viveu no Japão foram estudados por especialistas da Universidade de Kyushu
Uma equipe de arqueólogos conduziu recentemente uma investigação em crânios desenterrados do sítio arqueológico de Hirota, localizado na Ilha de Tanegashima, Japão, e descobriu que os antigos habitantes desse lugar praticavam a modificação intencional dos crânios.
Liderada por especialistas da Universidade de Kyushu, a pesquisa — cujos resultados foram publicados na quarta-feira, 16, na revista científica PLOS ONE — esclarece que a modificação craniana é uma tradição que remonta a milênios em diversas culturas ao redor do mundo.
Como destacou a revista Galileu, análises anteriores dos restos mortais recuperados do sítio de Hirota já haviam indicado a presença de crânios com características distintas, como uma forma craniana curta e um osso occipital achatado.
Tais características suscitaram suspeitas sobre a prática de deformação craniana. No entanto, ainda não estava claro para os especialistas se essa deformação era resultado de um procedimento intencional ou derivava de hábitos cotidianos.
O novo estudo agora aponta que essa prática era, de fato, intencional, e que tanto homens quanto mulheres apresentavam crânios modificados.
A tradição envolvia pressionar ou amarrar a cabeça de um indivíduo, geralmente durante a infância, com o intuito de alterar permanentemente a forma do crânio.
É possível que essa prática tenha sido adotada por algumas sociedades para simbolizar pertencimento a um grupo específico ou para denotar status social, como aponta uma teoria proposta por historiadores.
As razões subjacentes a essa tradição permanecem enigmáticas, porém a equipe teoriza que essa comunidade possa tê-la adotado para preservar a identidade do grupo, facilitando o comércio de produtos marinhos a longas distâncias, como sugerem evidências arqueológicas anteriores.
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