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Notícias / Arqueologia

Estudo que analisou cobertores de pena de peru revela como indígenas viam as aves

Para confeccionar cada cobertor, eram necessárias 11.000 penas de peru, que eram tiradas durante seus períodos de muda

Ingredi Brunato Publicado em 28/11/2020, às 11h30

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Fotografia de um cobertor de penas de peru - Divulgação/ Edge of the Cedars State Park Museum
Fotografia de um cobertor de penas de peru - Divulgação/ Edge of the Cedars State Park Museum

Recentemente, uma equipe de arqueólogos da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, publicaram um artigo no Journal of Archaeological Science em que descrevem as descobertas que fizeram analisando cobertores de penas de peru com 800 anos de idade, que teriam pertencido a indígenas pueblo. 

Atualmente, não restaram muitos exemplares desses cobertores por conta de sua fragilidade, que os leva a se desfazer com o tempo, todavia, os pesquisadores acreditam que naquele período cada indivíduo da tribo teria um, devido à importância simbólica dos perus para o povo pueblo. 

Essa importância simbólica e cultural foi deduzida a partir de algumas evidências coletadas pelos especialistas, uma delas sendo que esses indígenas que habitaram o sudoeste dos Estados Unidos domesticaram o pássaro, mas não o usaram como alimento como é feito hoje. 

Fotografia de penas de peru usadas / Crédito: Divulgação/ Trent Myles Raymer 

Outro indício de um tratamento ritualístico à ave seria também que os esqueletos de peru encontrados dessa época foram enterrados intencionalmente, não apenas abandonados em lareiras ou outros pontos. 

“Os pássaros que forneceram as penas provavelmente estavam sendo tratados como indivíduos importantes para a família. Essa reverência pelos perus e suas penas ainda é evidente hoje em danças e rituais pueblo”, concluiu o antropólogo Bill Lipe, que esteve envolvido no estudo. 

Para montar um único desses cobertores indígenas, eram necessárias cerca de 11.000 penas de peru, essas seriam retiradas sem que houvesse dor para o animal, uma vez que seria durante sua troca de penas. Inclusive, a prática seria mais vantajosa que a produção de cobertores de pele de lebre, por não precisar matar os animais.