A pesquisa foi realizada por um especialista da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos
Nesta terça-feira, 14, revista científica Nature publicou um estudo apontando que, caso o arsenal nuclear dos Estados Unidos seja atacado, cerca de 2 milhões de pessoas morreriam imediatamente e outras 300 milhões iriam a óbito indiretamente. É importante relembrar que este levantamento foi divulgado em meio à saída da Rússia de um acordo que proíbe testes nucleares e à proposta israelense de bombardear a Faixa de Gaza.
A pesquisa realizada por Sebastien Philippe, professor da Universidade de Princeton e especialista em armas nucleares, calcula o impacto estimado de um ataque ao arsenal estadunidense, após a atualização realizada no mesmo, que custará cerca de R$ 7,41 trilhões.
Conforme repercutido pelo UOL, existem 540 silos de lançamento de mísseis atômicos intercontinentais distribuídos em cinco estados nos Estados Unidos: Colorado, Dakota do Norte, Montana, Nebraska e Wyoming. Esses silos nucleares são instalações subterrâneas, geralmente de formato cilíndrico e posicionadas verticalmente, para o armazenamento e lançamento de mísseis.
Segundo a pesquisa, um ataque ao local que abriga esses silos elevaria em mil vezes o limite anual de radiação que o corpo humano consegue suportar, resultando na morte imediata de 2 milhões de pessoas e na morte indireta de outras centenas de milhões.
Ainda segundo o levantamento, todos os cindo estados precisariam ser atacados ao mesmo tempo “para evitar um ataque retaliatório”. “Muitas comunidades têm pouca ou nenhuma ideia de que estão numa zona de risco radiológico, em parte porque pesquisas anteriores subestimaram o risco”, completa o estudo.
Quase todos os americanos que vivem perto dos estados atacados e as populações das áreas mais populosas do Canadá e dos estados do norte do México podem estar em risco de consequências letais, dependendo das condições meteorológicas no momento de um ataque.”, afirma a publicação da revista Nature.
Além disso, o maior risco não se faz presente em um possível ataque, e sim na substituição do arsenal bélico americano. No estudo, os autores pedem ao governo norte-americano para que eles desistam da atualização “e aprendam com as lições do século 20".
São riscos que não devemos correr. Precisamos aprender com o passado e recuar num rumo que pode ameaçar o futuro da humanidade", afirmou Laura Helmuth, editora-chefe da publicação.
No início deste mês de novembro, o presidente russo, Vladmir Putin, retirou a Rússia do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares. Três dia depois, o governo russo anunciou que um teste de lançamento de um míssil balístico intercontinental foi bem-sucedido.
Ainda no dia 5 de novembro, Amichai Eliyahu, ministro para assuntos de Jerusalém, afirmou que bombardear a Faixa de Gaza com um míssil atômico era “uma opção”. Após sua fala gerar reações no mundo todo, ele foi suspenso pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.