Após mais de duas décadas de construção, foram inauguradas as 13 estações-arqueológicas do metrô em Tessalônica, na Grécia
Após mais de duas décadas de construção, foram inauguradas as 13 estações-arqueológicas do metrô em Tessalônica, na Grécia. Durante as escavações, os arqueólogos fizeram descobertas significativas, incluindo praças de mármore, uma basílica cristã primitiva, uma via romana, sistemas de água e drenagem e antigas necrópoles gregas.
No total, foram mais de 300.000 achados desde o início da construção. Segundo comunicado do Ministério da Cultura, essas descobertas obrigaram modificações no projeto original do metrô, com engenheiros precisando adaptar os túneis e estações para preservar os artefatos.
O prazo inicial de conclusão, previsto para 2012, foi prorrogado por anos, gerando custos adicionais que ultrapassaram os €3 bilhões (cerca de R$ 15,7 bilhões), repercute o The Guardian.
Christos Staikouras, ministro dos Transportes, destacou à midia local que a inauguração marca uma fusão única entre o antigo e o moderno, “integrando o patrimônio arqueológico com a infraestrutura do metrô”. O sistema, o primeiro totalmente automatizado do país, foi projetado para atender a mais de 250.000 passageiros diários.
O primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis acrescentou: “Quando o povo de Tessalônica tiver a chance de ver esta estação, reconhecerá o enorme esforço feito para que a cidade tenha antiguidade e metrô".
A cerimônia de abertura, marcada para este sábado, 7, contará com a presença de autoridades gregas, incluindo o presidente e o primeiro-ministro, e também de representantes estrangeiros, como o ministro italiano de Infraestrutura, Matteo Salvini, já que a construtora italiana Webuild fez parte do consórcio responsável pela obra.
Apesar dos avanços tecnológicos, o projeto gerou controvérsias, especialmente entre historiadores. Angelos Chaniotis, professor na Universidade de Princeton, lamentou a "perda da autenticidade dos achados", que foram “cortados e costurados” para se ajustar à construção do metrô.
“A construção do subterrâneo comprometeu a autenticidade das antiguidades e não justifica celebrações”, escreveu em um artigo publicado no jornal Kathimerini.