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Esqueletos encontrados em Portugal revelam brutal método de execução

A justiça do rei era implacável

Thiago Lincolins Publicado em 08/08/2018, às 14h00

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mão esqueleto - Shutterstock
mão esqueleto - Shutterstock

Durante escavações no cemitério medieval do Rossio do Marquês de Pombal, na cidade de Estremoz, Sul de Portugal em 2001, foram encontrados restos de 3 jovens que viveram entre os séculos 13 e 15. Os cadáveres foram enterrados um ao lado do outro e "as mãos e os pés foram colocados sob ou perto dos corpos", explica Eugenia Cunha, uma das líderes da descoberta.

Reconstrução dos esqueletos encontrados / Foto: Teresa Fernandes e Eugénia Cunha

Várias características fizeram os arqueólogos descartarem a possibilidade de amputação medicinal. 

As fraturas mostram que as pernas foram arrancadas por um golpe muito forte, enquanto ainda estavam retas e paralelas entre si. E certamente estavam vivos: caso fosse uma amputação realizada após a morte, os ossos apresentariam várias lesões características das vítimas de esquartejamento.

Os ossos com marcas de amputação / Foto: Teresa Fernandes e Eugénia Cunha

Também não é possível afirmar se os três jovens foram executados logo após a amputação, por misericórdia. Devido o fato dos ossos não apresentaram sinais de cura, o mais provável é terem sangrado até a morte. 

A partir de uma datação por radiocarbono foi possível identificar que o primeiro jovem possuía entre 18 e 20 anos e o segundo entre 25 e 30 anos. Já o terceiro não pode ser identificado, pois o seu esqueleto não está completo.

Teresa Fernandes da Universidade de Évora, explica que entre os séculos 14 e 15 era comum que ladrões e falsificadores tivessem suas mãos amputadas. "No entanto, as amputações eram relativamente raras e apenas aplicadas a indivíduos considerados muito perigosos."

A descoberta deve ajudar historiadores a entenderem mais sobre punições realizadas durante o período medieval.