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Notícias / Arqueologia

Esqueleto de 4 mil anos revela evidências de mais antigo tratamento ginecológico

Os restos mortais da mulher foram encontrados em uma tumba coletiva no Egito Antigo e demonstraram traumas graves na pelve

Isabela Barreiros Publicado em 15/12/2020, às 14h17

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Pelve da mulher do Egito Antigo - Divulgação - Universidade de Granada
Pelve da mulher do Egito Antigo - Divulgação - Universidade de Granada

Em 2017, arqueólogos descobriram em Qubbet el-Hawa, no Egito, um poço vertical que levava a uma tumba contendo dez esqueletos. Após anos de análise, pesquisadores finalmente investigaram o corpo de uma mulher pertencente à classe alta no Egito Antigo que apresentava um grave trauma em sua pelve.

“As múmias possuíam objetos fúnebres (geralmente colares de diferentes tipos); em alguns casos, seus rostos estavam cobertos com máscaras de cartonagem; e foram preservados dentro de dois sarcófagos retangulares, um dentro do outro. Elas apresentavam inscrições hieroglíficas e costumavam ser bastante danificadas devido à infestação de cupins”, disse Miguel Botella, antropólogo forense responsável pelo exame.

Analisando o esqueleto da mulher, eles perceberam que ela provavelmente passou por um tratamento médico, que foi escrito em papiros egípcios antigos que descreviam a medicina da época. Cientistas da Universidade de Jaén (UJA) explicaram que o trauma pode ter sido causado por uma queda. 

A moça estava com suas pernas enfaixadas e apresentava envoltórios de linhos e uma tigela de cerâmica perto de sua pelve, que continha restos orgânicos carbonizados. Acredita-se, portanto, que ela tenha sido tratada por meio de fumigações encontradas em papiros. 

“O mais interessante da descoberta feita pelos pesquisadores da Universidade de Jaén não é apenas a documentação de um tratamento ginecológico paliativo, algo único na arqueologia egípcia, mas também o fato de esse tipo de tratamento por fumigação ter sido descrito em papiros médicos contemporâneos”, explicou Alejandro Jimenez, da UJA. “Mas, até agora, não havia nenhuma evidência encontrada para provar que tal tratamento foi realmente realizado”.

Isso mudou com a descoberta feita. O estudo sobre a mulher que morreu entre 1878 e 1797 a.C., cujo nome era Sattjeni, conforme descrito em seu caixão, foi publicado na revista científica Zeitschrift für Ägyptische Spracheund Altertumskunde.