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Notícias / Arqueologia

Encontrada na China, tumba com artefatos de 5 mil anos foi vandalizada

Segundo arqueólogos, tumba em questão teria pertencido a rei pré-histórico da cultura Dawenkou, que prosperou há mais de 5 mil anos

por Giovanna Gomes
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Publicado em 16/10/2024, às 09h22

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Tumba encontrada na China - Divulgação/Instituto Regional de Relíquias Culturais e Arqueológicas de Xinjiang
Tumba encontrada na China - Divulgação/Instituto Regional de Relíquias Culturais e Arqueológicas de Xinjiang

A agência de notícias estatal chinesa Xinhua anunciou na segunda-feira, 14, a descoberta de uma tumba na cidade de Yongcheng, na China, que abrigava mais de 350 artefatos da Idade da Pedra. Entre os principais itens encontrados, há quase 200 objetos de jade, além de cerâmicas, ferramentas de osso e restos de animais, incluindo mandíbulas de porco, símbolo de riqueza na época. Arqueólogos acreditam que os objetos pertençam à cultura Dawenkou, que prosperou há mais de 5 mil anos.

Parte das ruínas de Wangzhuang, descobertas em 2023, a tumba foi destacada como um dos achados arqueológicos mais relevantes do ano na China. O sítio arqueológico mede cerca de 400 metros de comprimento e 300 metros de largura, cobrindo 120 mil metros quadrados, sendo o maior sítio da cultura Dawenkou já localizado.

Segundo informações do portal Galileu, a tumba, que mede entre 4,52 e 4,8 metros de comprimento e entre 3,47 e 3,68 metros de largura, contém caixões internos e externos, uma grande quantidade de ornamentos de jade, mais de 100 peças de cerâmica e restos de animais. No entanto, o local — que seria o túmulo de um rei pré-histórico — sofreu danos significativos, com restos mortais removidos e artefatos importantes saqueados.

Ao que tudo indica, conforme destaca Zhu Guanghua, professor da Capital Normal University, envolvido nas escavações, Wangzhuang não é um simples assentamento, mas a capital de um reino pré-histórico. Segundo ele, poucos ossos do proprietário da tumba restaram, assim como pequenos adornos de jade espalhados, e muitas lâminas cerimoniais de pedra foram quebradas.

Cultura Dawenkou

A cultura Dawenkou é associada a comunidades neolíticas que viveram no norte da China entre 4.100 e 2.600 a.C., caracterizando-se pelo uso de jade, turquesa e marfim. Este ano, 45 tumbas da cultura Dawenkou foram descobertas nas ruínas de Wangzhuang, e 27 já foram escavadas, revelando artefatos valiosos e mandíbulas de porco. O tamanho e o conteúdo das tumbas sugerem que pertenciam a indivíduos de alto status, refletindo uma hierarquia social bem definida.

Além disso, as escavações trouxeram à luz artefatos típicos da cultura Yangshao, que coexistiu com a Dawenkou na região, como jarros de boca estreita e fundo pontudo. Estes achados apontam para uma interação entre as culturas Dawenkou e Yangshao, indicando trocas culturais entre comunidades.

"Suas descobertas testemunham as trocas iniciais da civilização chinesa primitiva, fornecendo evidências da natureza da diversidade da civilização chinesa. Este sítio oferece exemplos importantes para estudar a fusão cultural entre diferentes regiões pré-históricas", declarou Li Xinwei, vice-diretor do instituto de história antiga da Academia Chinesa de Ciências Sociais.