Governo justifica medida como necessária para proteger a população, enquanto ambientalistas criticam a decisão como ilegal e desnecessária
Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 02/04/2025, às 18h10
O governo da Eslováquia aprovou o abate de 350 ursos, alegando que os animais representam um perigo crescente para a população. A decisão, que gerou forte reação de ambientalistas, ocorre após uma série de ataques a pessoas, incluindo a morte de um homem no último domingo, 30.
O primeiro-ministro Robert Fico defendeu a medida, afirmando que a segurança da população é prioridade. "Não podemos viver em um país onde as pessoas têm medo de entrar na floresta", declarou em coletiva. O governo também declarou estado de emergência em vários distritos, devido à "presença indesejável" de ursos.
Segundo 'O Globo', a decisão do governo eslovaco contraria uma diretiva europeia que permite o abate de ursos apenas em casos de ataques a pessoas ou danos à propriedade, e quando não há outras alternativas. Ambientalistas criticam a medida, classificando-a como ilegal e desnecessária.
Segundo o Ministro do Meio Ambiente, Tomas Taraba, a Eslováquia possui mais de 1.300 ursos, e o abate de 350 animais reduziria a população a um "número suficiente" de 800. No entanto, ambientalistas argumentam que a medida é excessiva e que o governo deveria investir em medidas de prevenção, educação e manejo de lixo, além de informar a população sobre como se comportar na natureza.
Diante do aumento da população de ursos e dos incidentes, a Romênia, que possui a maior população de ursos da Europa fora da Rússia, também autorizou o abate de quase 500 animais, apesar das críticas de ativistas dos direitos dos animais e da diretiva europeia.
