Jon Stewart revelou que ficou horrorizado com cena no Banco de Gringotes; entenda!
Em entrevista ao podcast On The Problem, o comediante Jon Stewart descreveu a caracterização dos duendes nos filmes de Harry Potter como antissemita. Stewart, que é judeu, explicou que o personagem é semelhante às restratações de judeus no livro 'The Protocols of Elder Zion', publicado em 1903.
“Você já viu um filme de Harry Potter ? Você já viu as cenas no Banco de Gringotes? Você sabe o que são essas pessoas que dirigem o banco? Judeus! .. Quero mostrar para vocês uma caricatura. Eles ficaram 'ah, isso é do Harry Potter!', e não. É uma caricatura de um judeu em um texto literário antissemita”, declarou.
“JK Rowling pensou: 'Podemos colocar esses caras para administrar nosso banco?'. Você fica tipo, 'É um mundo mágico ... Podemos montar em dragões, você pode ter uma coruja de estimação ... mas quem deve comandar o banco? Judeus ... mas e se os dentes fossem mais afiados?’”, continua.
Stewart continuou, “Foi uma daquelas coisas que eu vi na tela e esperava que a multidão ficasse: ‘Puta merda. Ela não fez isso?! Ela botou judeu para comandar um banco subterrâneo'. Mas todo mundo só reagiu com: 'Ah, bruxos!'. Foi tão estranho".
Conforme relatou a Variety, o grupo de caridade Campaign Against Antisemitism emitiu sua própria declaração sobre o assunto, lembrando que Rowling tem sido “uma defensora incansável da comunidade judaica” ao longo dos anos.
Quanto aos goblins, o grupo disse que a aparência das criaturas “combina com seu retrato na literatura ocidental como um todo”.
Our statement on suggestions that JK Rowling's portrayal of the goblins in the Harry Potter series is antisemitic pic.twitter.com/v9twpzkxM4
— Campaign Against Antisemitism (@antisemitism) January 5, 2022
JK Rowling tem estado no centro da controvérsia nos últimos dois anos devido aos seus comentários considerados transfóbicos, conforme relatou a equipe do site do Aventuras na História.
Até o momento, ninguém da produção da Warner Bros, responsáveis pela adaptação cinematográfica da saga, e tampouco JK Rowling se manifestaram sobre o assunto.
Segundo o site da instituição ADL, que luta contra ódio ao judeus e contra o antissemitismo, o livro 'The Protocols of Elder Zion' possui 24 seções que explicam os supostos planos confidenciais de um conclave judeu que busca alcançar a dominação mundial
“Eles representam a falsificação política mais notória dos tempos modernos. Embora totalmente desacreditado, o documento ainda está sendo usado para incitar o ódio antissemita”, diz o artigo.
A obra foi publicada pela primeira vez na Rússia, em 1903. Posteriormente, foi traduzida para vários idiomas e disseminada internacionalmente no início do século 20. Ela desempenhou um papel fundamental na popularização da crença em uma conspiração judaica internacional.
Segundo, Binjamin Segel em ‘A Lie and a Libel: The History of the Protocols of the Elders of Zion’, as afirmações da obra foram atribuídas por alguns professores alemães como factuais em 1933, quando os nazistas chegaram ao poder. Anteriormente, as acusações já haviam sido denunciadas como fraudulentas pelo jornal britânico The Times, em 1921, e pelo alemão Frankfurter Zeitung, em 1924.