Anteriormente, os pesquisadores tinham pensado que o esqueleto no interior do local era masculino
Um estudo publicado na última quinta-feira, 6, na revista Scientific Reports esclarece um engano feito por pesquisadores que descobriram na Espanha uma rica tumba confeccionada a 5 mil anos atrás: o esqueleto enterrado no interior do local pertence, na verdade, a uma mulher, e não a um homem.
A descoberta arqueológica, que foi feita ainda em 2008, surpreendeu os especialistas desde o início devido ao teor luxuoso dos artefatos encontrados, que incluem presas de marfim e uma adaga de cristal — todos indicadores do enterro de um indivíduo de status social elevado.
Ela foi enterrada sozinha em uma tumba com artefatos muito especiais. Isso mostra que ela era uma pessoa especial", apontou Leonardo Garcia Sanjuan, que foi coautor do novo estudo, conforme repercutiu o Phys.org.
Para identificar o sexo dos restos mortais — que se encontravam em más condições de conservação —, a equipe realizou uma análise do esmalte de seus dentes.
A técnica, vale mencionar, foi desenvolvida há apenas cinco anos, podendo ser descrita como uma tecnologia de ponta que fornece um maior grau de certeza do que aquelas utilizadas anteriormente para investigar a tumba espanhola.
A descoberta anunciada pelo novo estudo é particularmente relevante por mostrar que também havia mulheres poderosas no passado, com homens não sendo os únicos líderes.
Aliás, as características do local de descanso da Dama de Marfim, que é como a dona da tumba foi apelidada, se destacam até mais do que as de figuras masculinas já descobertas por arqueólogos.
Nas proximidades de seu enterro, por exemplo, foram cavadas diversas outras sepulturas no decorrer de 250 anos após sua morte, o que demonstra a extrema importância atribuída à mulher pela população da época.
O enterro da Dama de Marfim se destaca, cabeça e ombros, acima de todos os outros — não há absolutamente nenhum enterro masculino ou feminino conhecido que se compare ao dela", afirmou Sanjuan ainda.