Localizado na cidade de Salisbury, cemitério próximo do Stonehenge conta com 20 enterros
Recentemente, um cemitério foi descoberto por arqueólogos durante a construção de um empreendimento residencial em Netherhampton Road, nos limites de Harnham, um subúrbio no sul da cidade de Salisbury — a mesma cidade onde está o Stonehenge —, na Inglaterra. No local, existem cerca de 20 enterros, que datam desde o Neolítico até a Idade do Bronze.
Divulgado em 31 de maio pela empresa arqueológica Cotswold Archaeology, o cemitério é milhares de anos mais novo que o Stonehenge, uma das mais importantes estruturas do Neolítico. Isso, por sua vez, reforça como a planície de Salisbury possuiu, no passado, grande importância para o povo da antiga Grã-Bretanha.
A peculiaridade do cemitério, porém, é que mesmo que a maioria dos enterros ali registrados datem da Idade do Bronze (2,4 mil a 1,5 mil a.C.), alguns são ainda mais antigos, sendo do Neolítico. Além disso, o diâmetro dos túmulos varia de 10 a 50 metros, segundo a Revista Galileu, tendo a maioria entre 20 e 30m. Embora grande parte do cemitério tenha sido destruído através dos séculos devido à ação agrícola, ao menos dez enterros e três cremações sem urna seguiram intactos.
Até o momento, foi constatado que o cemitério é organizado em pequenos aglomerados, que variam de duplas a grupos de seis ou mais pessoas. Além disso, foi constatado também que em um dos túmulos havia uma vala compartilhada, que continha restos tanto de adultos quanto de crianças. Entre os vários locais de enterro, também foi encontrado um chifre de veado, possivelmente utilizado para fazer picaretas e algumas ferramentas agrícolas.
De acordo com o IFLScience, alguns dos restos mortais ali encontrados possivelmente datam da era dos saxões no país, sendo eles "um grupo de colonos do norte da Europa que só chegaram à Inglaterra por volta do século 5 d.C. após o colapso do domínio romano". A afirmação se sustenta pelo fato de que, em algumas partes do cemitério, além de alguns artefatos romanos, também foram encontradas cerâmicas saxônicas.
"A medida que nossas escavações atuais chegam ao fim, nossa equipe de pós-escavação começará a analisar e pesquisar o material escavado", afirmam, em comunicado, os arqueólogos envolvidos no projeto. "Traremos mais atualizações à medida que as interpretações e descobertas forem feitas."