Segunda esposa de Dom Pedro I e neta adotiva de Napoleão, a aristocrata teve uma vida turbulenta e cheia de amarguras
Dona Amélia de Lauchtenberg foi a segunda esposa de Dom Pedro I e uma nobre de origem mediterrânea com longo histórico de lutas pessoais, que passaram por infelicidades, buscas por proximidade de parentes e articulações políticas. Vivendo entre 1812 e 1873, esteve presente em momentos relevantes da política brasileira, portuguesa e francesa.
Conheça 5 fatos importantes sobre essa intrigante mulher, que foi declarada Duquesa de Bragança.
1. Família
Seu nome completo era Amélia Augusta Eugênia Napoleona, Duquesa de Bragança, sendo que nasceu na cidade italiana de Milão, em 1812. De origem nobre, era filha do Duque de Leuchtenberg, um filho adotivo do imperador francês Napoleão Bonaparte, com Augusta da Baviera.
Foi a segunda esposa de Dom Pedro I após a morte de Maria Leopoldina da Áustria, Imperador do Brasil, se tornando imperatriz-consorte da única monarquia da América. Entre seus familiares havia o marido de Maria II, Josefina de Luchtenberg e Napoleão III da França.
2. Casamento polêmico
Quando a dona Maria Leopoldina morreu, Dom Pedro desejou que homens de sua confiança encontrassem uma nova esposa para ele, mas o fato criou uma séria crise familiar. Frederico I, pai da rainha austríaca, iniciou uma campanha para impedir que o imperador brasileiro conseguisse uma nova companheira.
Não apenas ele tinha sérios problemas com a índole de Pedro I, que tornara a vida da filha infeliz pelas traições — e não queria que isso fosse repetido com alguma princesa europeia — como também esperava que, com a ocasional morte de Dom Pedro II, seus filhos herdassem o trono brasileiro.
Porém, o Barão de Barbacena localizou, depois de uma série de propostas falhas, Amélia como pretendente. Diante das oposições, o casamento entre os dois foi arranjado às pressas, em 1829. Numa busca frenética pelos documentos, o matrimônio foi assinado na Inglaterra e ratificado em Munique pela mãe da duquesa. Em 30 de julho daquele ano, finalmente, foi assinado o tratado a afirmando como Majestade Real no Brasil.
3. Carta com muito amor
Quando seu entiado Pedro II tinha apenas 5 anos, Amélia foi para Portugal junto ao marido na disputa com Dom Miguel. Com uma grande admiração pelo jovem rei, ela se considerava próxima do garoto, chegando a escrever uma carta emocionada a ele no Brasil durante sua fuga rumo à guerra entre os Bragança.
No documento, Amélia trata Pedro como “filho do coração”, dizendo: “Adeus, menino querido, delícia de minha alma, alegria dos meus olhos, filho que meu coração tinha adotado. Adeus para sempre. És o espetáculo mais tocante que a terra pode oferecer!”. Animada com o futuro do monarca precoce, ela demonstrou grande afeto ao enteado e lamentou o que ela chamou de “exílio”, que a afastou do familiar.
4. Dor constante
O final da vida de Dona Amélia foi marcado por amarguras e tristezas. Além da perda do contato com o enteado, ela veio a se tornar viúva em 1834, com a morte de Dom Pedro. Nunca mais se relacionou amorosamente, mas sofreu com outras perdas pouco tempo depois. A tuberculose também levou sua filha, Maria Amélia, após casar-se com Maximiliano da Áustria, o que a afetou duramente.
A duquesa passou a visitar o túmulo da filha anualmente, em luto. Passou a viver sozinha no Palácio das Janelas Verdes, em Lisboa, Portugal, em dor e relutância. A partir de 1870, ela também passou a sentir dores físicas e ficar muito doente, com febres e crises respiratórias. Uma visita de Dom Pedro II a ajudou a melhorar, mas logo depois o quadro se reverteu: a depressão, a idade, o luto e as doenças a destruíram. Em 1873, morreu amargurada.
5. Múmia
Falecendo aos 60 anos, dona Amélia foi sepultada e, no século 20, levada à São Paulo, onde integrou as criptas do Monumento à Independência. Porém, 140 anos depois de sua morte, uma exumação médica revelou um fato inesperado: seu corpo estava completamente mumificado.
Sem registros de algum procedimento nesse sentido, o fato foi revelador, inclusive por uma série de órgãos ainda preservados. A pesquisadora responsável pelo estudo, Valdirene Ambiel, foi atrás de respostas.
Acontece que processos de conservação do funeral de Amélia possibilitaram essa bizarra mumificação. Na jugular da duquesa, foi localizada uma injeção de perfumes (para o momento do velório) que teriam freado a decomposição dos restos. Ao mesmo tempo, seu caixão foi vedado por completo, o que cessou a entrada de oxigênio e, portanto, a deterioração.
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