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Notícias / Rio Ganges

Curso do Rio Ganges foi alterado por terremoto ocorrido há 2,5 mil anos, diz estudo

De acordo com os pesquisadores envolvidos no estudo, esta teria sido a maior mudança de curso de um rio já documentada

por Giovanna Gomes
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Publicado em 18/06/2024, às 09h35

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O rio Ganges - Wikimedia Commons/Patrick Barry
O rio Ganges - Wikimedia Commons/Patrick Barry

Um estudo recente realizado por pesquisadores de diferentes países revelou que um terremoto ocorrido há 2.500 anos alterou drasticamente o curso do rio Ganges, redirecionando-o em Bangladesh, onde é chamado de Padma.

Publicado na Nature Communications, o estudo sugere que essa é a maior mudança de curso de um rio já documentada, que hoje afetaria 140 milhões de pessoas.

Sagrado para o hinduísmo, o Ganges nasce na Cordilheira do Himalaia e deságua no Oceano Índico, formando o segundo maior sistema fluvial do mundo junto aos rios Brahmaputra e Meghna.

Conforme informações da revista Galileu, os pesquisadores identificaram o antigo canal principal do rio cerca de cem quilômetros ao sul de Dhaka. Quase paralelo ao curso atual ele é frequentemente inundado, facilitando o cultivo de arroz.

A descoberta se deu em 2018, quando, ao explorar a área, os pesquisadores notaram diques de areia claros cortando camadas de lama, um sinal de vulcões de areia criados por terremotos, conhecidos como "sismitos". Análises químicas indicaram que essas erupções e o redirecionamento do canal ocorreram há 2.500 anos.

Terremoto

De acordo com a fonte, os pesquisadores concluíram que um terremoto de magnitude 7 ou 8 causou essa mudança. Este, por sua vez, pode ter sido desencadeado por diferentes razões: uma possibilidade envolve uma zona de subducção ao sul e ao leste, com uma placa da crosta oceânica se movimentando por debaixo dos territórioas Bangladesh, Mianmar e o nordeste da Índia.

Já a outra hipótese envolve falhas gigantes na parte inferior do Himalaia, ao norte, que estariam subindo de forma lenta como consequência da colisão do subcontinente indiano com o restante da Ásia.

Como destacam os pesquisadores, estudos recentes sugerem que essas zonas ainda acumulam estresse, podendo causar terremotos semelhantes no futuro.