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Notícias / Pablo Escobar

Colômbia quer impedir venda de produtos que exaltam Pablo Escobar

Legisladores colombianos buscam mudar a imagem do país e o fantasma de Pablo Escobar, enquanto vendedores ambulantes temem impacto econômico

Redação Publicado em 05/08/2024, às 18h42

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Estátua de Pablo Escobar em loja na Colômbia - Arquivo Pessoal
Estátua de Pablo Escobar em loja na Colômbia - Arquivo Pessoal

Um novo projeto de lei apresentado no congresso da Colômbia visa proibir a venda de lembranças que retratam o traficante colombiano Pablo Escobar. A proposta, que inclui multas para vendedores e pessoas que usem vestuário exaltando o narcotraficante, divide opiniões e provoca reações.

O projeto de lei, elaborado pelo membro da Câmara de Representantes da Colômbia, Cristian Avendaño, do partido Aliança Verde, prevê multas de até US$ 170 para quem vender produtos relacionados a Escobar e outros criminosos condenados. A polícia também poderia multar indivíduos que usassem camisetas, bonés e outros itens que "exaltam" o traficante.

“Esses itens estão revitimizando pessoas que foram vítimas de assassinos”, afirmou Avendaño, no anúncio do projeto. Ele defende que a Colômbia deve se livrar da imagem de país de chefes da máfia e buscar novos símbolos que representem a nação.

No histórico bairro de La Candelaria, em Bogotá, vendedores ambulantes expressaram sua oposição à proposta.Rafael Nieto, um vendedor ambulante, criticou a iniciativa, considerando-a uma limitação à liberdade de expressão. “Acho que é uma lei idiota”, disse ele ao The Guardian, que vende ímãs e camisetas com o rosto de Escobar, além de lembranças mais tradicionais. 

Nieto argumentou que a demanda por produtos do narcotraficante não é criação dele, mas sim resultado do interesse de turistas de diversas partes do mundo, como México, Costa Rica e Estados Unidos.

O fantasma de Escobar

Pablo, responsável pelo assassinato de cerca de 4.000 pessoas nas décadas de 1980 e 1990, fundou o poderoso cartel de Medellín e acumulou uma fortuna que o colocou entre os mais ricos do mundo na época. Sua vida tem sido retratada em novelas colombianas e na série "Narcos", da Netflix.

Em Medellín, sua cidade natal, agências de turismo oferecem passeios que incluem locais importantes na vida do criminoso, atraindo inúmeros visitantes curiosos sobre sua história.

Hora da mudança

Segundo o 'The Guardian', Cristian Avendaño acredita que é hora de a Colômbia abandonar a glorificação de figuras criminosas e promover outros aspectos do país.

“Não podemos continuar a elogiar essas pessoas e agir como se seus crimes fossem aceitáveis”, declarou. Ele sugere que existem outras maneiras de as empresas crescerem e de o país se vender ao mundo.

O projeto de lei deve passar por quatro debates no congresso antes de ser aprovado. Avendaño mencionou que, se a legislação for aceita, haverá um “período de transição” em que autoridades governamentais trabalharão com vendedores ambulantes para implementar as novas regras.

No ano passado, a Colômbia recusou um pedido de marca registrada do nome Pablo Escobar, feito pela família do traficante para vender produtos educacionais e de lazer. O Tribunal Geral da União Europeia também negou um pedido semelhante, argumentando que iria contra a "ordem pública e os princípios aceitos de moralidade".


*Sob supervisão;