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Notícias / Ciência

Cientistas querem clonar bisão extinto encontrado congelado em permafrost

Os pesquisadores encontraram um bisão de 8 mil anos atrás tão bem preservado que acreditam que possa ser possível cloná-lo

Eduardo Lima, sob supervisão de Giovanna Gomes Publicado em 24/03/2023, às 12h27

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Cientistas analisando o bisão mumificado, preservado no permafrost da Sibéria - Divulgação/Universidade Federal do Nordeste da Rússia
Cientistas analisando o bisão mumificado, preservado no permafrost da Sibéria - Divulgação/Universidade Federal do Nordeste da Rússia

Pesquisadores russos encontraram um bisão extinto congelado no solo permafrost da província da Sibéria. Para a surpresa dos cientistas da Universidade Federal do Nordeste da Rússia, o animal, que deve ter vivido cerca de 8000 anos atrás, foi encontrado intacto. Os tecidos encontrados durante a necrópsia do bisão estavam tão bem preservados que a equipe acredita que aquele espécime poderia ser clonado.

A criatura encontrada em Khaastaakh, na região norte da Rússia, durante o verão de 2022, pertence a uma espécie extinta sem identificação de bisão. O espécime foi doado para o Museu Laboratório de Mamutes da Universidade Federal do Nordeste da Rússia, e lá as análises começaram. O mamífero mumificado provavelmente tinha entre um e dois anos quando morreu.

A data em que esse espécime específico viveu ainda é um mistério, mas bisões similares encontrados em 2009 e 2010 andaram pela região onde hoje fica a Rússia há 8000 ou 9000 anos. Segundo o site de divulgação científica LiveScience, a autópsia animal realizada com o bisão retirou amostras de lã, pele, ossos, músculos, gordura, chifres e conseguiu remover, por completo, o cérebro do bicho.

Clonagem?

Todas as amostras retiradas do espécime estavam tão bem preservadas que os especialistas começaram a idealizar uma possível clonagem da espécie extinta, já que tinham tanto material genético à disposição.

Hwang Woo Suk, um colaborador da Universidade Federal do Nordeste da Rússia, explicou que a clonagem pode ser possível no futuro, e que a equipe vai voltar à área onde esse bisão foi achado para procurar mais espécimes que possam ajudá-los a reviver essa espécie. Hwang foi demitido da Universidade de Seul, na Coreia do Sul, por falsificar resultados e quebrar regras de bioética em um estudo que realizou.

Enquanto isso, alguns pesquisadores não acreditam que essa clonagem será possível. Love Dalén, um paleogeneticista da Universidade de Estocolmo, na Suécia, explicou ao LiveScience que, por mais que os tecidos do animal estejam bem preservados, o DNA dentro deles está possivelmente degradado demais para ser clonado.

O que poderia ser mais possível, explica Dalén, seria sequenciar a maior parte do genoma do bisão, combinando o DNA fragmentado do espécime congelado com o material genético de outros espécimes e de bisões vivos que podem compartilhar características e genes com o seu parente extinto.