Autoridades devem declarar o fim da cidade, que perdeu 10% de sua população para doenças relacionadas à contaminação por amianto
O governo australiano está prestes a decretar o fim de uma cidade cuja existência foi marcada pela contaminação por amianto azul. Proveniente da atividade mineradora irresponsável, essa sustância é altamente cancerígena, podendo levar a diversos outros problemas de saúde. Foi assim que Wittenoom viu 10% de sua população desaparecer.
Segundo informações da Folha de São Paulo, das 20 mil pessoas que viviam na cidade ou trabalharam na mina próxima a ela, 2.000 morreram em razão de doenças relacionadas ao amianto.
Wittenoom é considerada uma das maiores tragédias industriais da Austrália, tendo sido negligenciada por décadas pelo governo, que nada fez para torná-la novamente habitável.
De acordo com a fonte, a cidade foi transformada em uma espécie de bomba-relógio cancerígena quando os resíduos de mineração passaram a ser utilizados na pavimentação das ruas e em localidades como jardins e parques para conter a poeira. Já nas proximidades da mina, mais de três milhões de toneladas de rejeitos se acumularam, formando montanhas.
Mesmo sessenta anos após o fim da mineração no local, o governo do estado da Austrália Ocidental ainda considera o risco à saúde altíssimo.
Foi por esse motivo que a cidade chegou a ser removida dos mapas oficiais, além de que teve o fornecimento de água e eletricidade desligados. O governo também tentou recentemente retirar os residentes e pagar indenizações, mas muitos se recusaram a deixar suas casas.
Este ano, porém, as autoridades aprovaram um projeto de lei que permite que o governo adquira essas propriedades à força, não restando aos moradores meios de resistir.