Chapa da ex-presidente, agora candidata à vice, teve quinze pontos de frente para a do atual governante, Mauricio Macri
As eleições primárias da Argentina foram realizadas neste domingo e mostraram ampla vantagem da chapa da ex-presidente, Cristina Kirchner, em relação ao atual, Mauricio Macri.
No país, as primárias serviriam para determinar a chapa indicada por cada partido, com participação obrigatória dos cidadãos argentinos no processo. Como não houve nenhum com mais de uma chapa concorrente, tornou-se apenas uma grande pesquisa de boca de urna às vésperas da eleição, em outubro.
Antes mesmo dos resultados terem saído, o presidente Macri já havia declarado que não seriam satisfatórios a ele e seus aliados. Isso mostra o descontentamento da população portenha com a agenda neoliberal de seu comandante, já que a Argentina vive uma das piores crises econômicas de sua história.
Já a ex-presidente dessa vez é a vice da chapa, encabeçada por Alberto Fernandéz. Ela surpreendeu os analistas ao anunciar, esse ano, que não seria candidata à presidente. Sua proposta de uma aliança peronista parece estar funcionando para atrair os argentinos, já que tiveram 15 pontos de frente para o atual governante. Fossem hoje as eleições, teriam vencido no primeiro turno.
O país passa por um momento conturbado, com pautas econômicas e sociais sendo debatidas de maneira polarizada na sociedade. Sob a batuta de Macri, a inflação fechou o ano de 2018 em irrisórios 47,6%. O endividamento público, também, após empréstimo do Fundo Monetário Internacional, coloca a Argentina à beira de uma nova declaração de moratória, como fez no início deste século.
A crise no país não passa apenas pela economia. Em 2018, também, um projeto de legalização do aborto passou pela Câmara e foi barrado no Senado. Motivo de grande debate, a pauta divide e paralisa o país.
As eleições para o mais alto cargo executivo de um dos maiores países latinos estão marcadas para o dia 27 de outubro.