Ferramenta baseada em estudo da Universidade de Harvard mostra oito fatores que podem causar ‘morte prematura’; entenda!
Na semana passada, um estudo feito pela Universidade de Harvard, publicado no Journal PNAS, apontou oito fatores surpreendentes que podem aumentar o risco de uma morte prematura — o que inclui solidão e até mesmo o fator de morar em um bairro sujo.
Agora, os autores do estudo desenvolveram uma calculadora que usa esses fatores para calcular o risco percentual de um usuário morrer nos próximos quatro anos. A ferramenta, porém, está limitada a pessoas com 65 anos ou mais.
A calculadora não detalha exatamente o que causará a morte das pessoas, obviamente, mas aponta que a solidão, a poluição e a falta de laços sociais podem levar ao estresse crônico e à falta de estimulação mental — que aumentam o risco de demência, doenças cardíacas e outras doenças crônicas.
A ferramenta foi apelidada de Social Frailty Index (Índice de Fragilidade Social), sendo projetada por Sachin Shah, médico assistente do Massachusetts General Hospital e membro da Harvard Medical School.
Ao Daily Mail, ele explicou que a calculadora se concentra apenas em pessoas acima dos 65 anos, pois “não é possível extrapolar com precisão para pessoas com menos de 65 anos”.
Muitas vezes superestimamos a importância das condições médicas quando pensamos em longevidade. [Mas] esta pesquisa demonstra que nossas vidas sociais são tão importantes quanto as condições médicas”, afirmou.
Para estabelecer um resultado, a ferramenta faz 10 perguntas baseadas no estudo feito por profissionais da Universidade de Harvard. A calculadora pode ser acessada gratuitamente, em inglês, clicando aqui!
Para o estudo, os pesquisadores reuniram mais de 8.000 adultos com mais de 65 anos, estabelecendo seus fatores sociais. O grupo foi rastreado por quatro anos, período durante o qual 1.760 (ou 22%) morreram.
As análises apontaram fatores sociais que, segundo os cientistas, predizem o risco individual de morte prematura: como a frequência que viam seus filhos e netos; se faziam trabalho voluntário; com que frequência se sentiam isolados; se viviam em uma área limpa; se tinham controle sobre suas finanças; com que frequência se sentiam tratados com menos cortesia e respeito por outros; e se eles estavam atualmente em trabalho remunerado.
Segundo os pesquisadores, conforme relatado pelo Daily Mail, a maioria das pesquisas sobre riscos de fatalidade ignoram os fatores sociais. Por causa disso, eles decidiram desenvolver uma ferramenta que pudesse ser usada para medi-los — algo que pode ser usado em um ambiente clínico.
Conforme estabelecido pela ferramenta, homens de 70 anos que vivem em uma área limpa e são ativos na comunidade possuem 7% de risco de morte nos quatro anos seguintes. Mas aqueles que vivem em bairros sujos e socialmente isolados, o risco aumenta para 67%.
Já as mulheres da mesma idade, que são menos propensas a desenvolver doenças crônicas por vários motivos, o risco variou entre de cerca de 2% para 54%, respectivamente.
Os pesquisadores sugerem que a solidão — como não ver a família e os amigos com frequência — representa tanto risco para a saúde de alguém quanto a obesidade ou o tabagismo. Quem vive sozinho pode desencadear uma resposta de luta ou fuga do corpo, causando o aumento nos hormônios do estresse e nos níveis de inflamação.