Durante os séculos 19 e 20, o rei belga Leopoldo II promoveu um genocídio contra o congoleses
Em Bruxelas, na Bélgica, a casa de leilões Vanderkindere se envolveu em uma enorme polêmica ao anunciar a venda de um lote. Afinal, os ‘objetos’ vendidos remetem ao cruel passado colonial do país.
Os itens em questão tratam-se de três crânio do Congo, de pessoas mortas entre 1893 e 1894, período em que o rei Leopoldo II promoveu um verdadeiro genocídio contra o povo originário do país africano.
O anúncio descrevia a venda de “um crânio canibal de Bangala”, do “crânio do chefe árabe Muine Mohara, morto em 9 de janeiro de 1893” e de “um fragmento de crânio coletado na vila de Bombia, em 5 de maio de 1894”.
Segundo nota do Euro-Med Human Rights Monitor, a expectativa era de que o conjunto de crânios fosse vendido entre 750 e 1.000 euros (entre R$4.200 e R$5.600). Entretanto, após a repercussão nas redes sociais, a casa de leilão desistiu da venda e anunciou que devolverá os crânios para a República Democrática do Congo.
O Vanderkindere Sales Hotel pede sinceras desculpas por leiloar um lote de três crânios humanos (lote 405) ligados ao passado colonial belga, e é por isso que eles devem ser retirados da venda e repatriados”, disse a casa de leilão em nota.
“Não compactuamos com o sofrimento e a humilhação sofridos pelas pessoas que foram vítimas desses atos coloniais. Mais uma vez, oferecemos nossas mais profundas condolências a qualquer um que tenha sido ferido pela venda deste lote”, completa o comunicado.