Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / Mundo

Alemão entra em lista negra após ter identidade roubada por criminoso

Rami Battikh, de 24 anos, enfrenta um pesadelo há cinco anos após ter documento roubado e usado em uma série de crimes no Reino Unido; entenda!

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 24/03/2025, às 10h31

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Rami Battikh - Arquivo Pessoal
Rami Battikh - Arquivo Pessoal

Rami Battikh, um jovem cidadão alemão-tunisino de 24 anos, vive um pesadelo há cinco anos, depois de ter sua vida extremamente dificultada depois que um criminoso de Londres roubou seu documento de identidade, e acumulou uma série de condenações em seu nome. Agora, com vários crimes em seu nome e colocado em uma lista negra, Battikh não consegue sequer encontrar um emprego.

Residente da cidade de Bonn, na Alemanha, Rami Battikh escreveu recentemente à Polícia Metropolitana de Londres um pedido em que implorava para o assunto ser tratado com urgência, alegando sentir-se preso e impotente mesmo após anos tentando apagar o registro.

Conforme repercute o The Guardian, toda a confusão começou em 2019, quando Battikh passou umas curtas férias em Londres. Porém, quando retornou para a Alemanha, percebeu que não estava mais com sua carteira de identidade — e pensou ter sido roubado, visto que algumas localidades de Londres são conhecidas por seus "batedores de carteira".

A primeiro momento, ele apenas solicitou uma nova carteira de identidade, e seguiu sua vida normalmente; dois anos depois, concluiu seu aprendizado profissional na Vodafone Finance — uma empresa de serviços bancários e finanças em Bonn —, e logo recebeu duas ofertas de emprego, uma na Vodafone e outra na repartição de finanças da cidade.

Porém, durante esse processo, o jovem alemão descobriu que seu nome estava associado a uma série de antecedentes criminais, que foram descobertos durante uma verificação de rotina do empregador. "Eu não conseguia acreditar. Eu disse aos meus empregadores que não era verdade, que com certeza não era eu, que eu tinha provas de que não estava no Reino Unido naquela época, pois estava na Tunísia na época e tinha carimbos no meu passaporte para provar isso", relata Battikh ao The Guardian.

Mas eles simplesmente disseram que não podiam simplesmente acreditar na minha palavra em vez de em um registro policial", complementa o jovem.

"Bagunça"

Os problemas de Battikh começaram em março de 2021, depois que um homem que utilizava sua identidade foi preso pelo tribunal da coroa de Wood Green, em Londres, condenado a 18 meses por crimes como dirigir sem carteira de motorista ou seguro, fraude por representação falsa e posse de um documento de identidade falso e obtido indevidamente, que pertence a outra pessoa.

Quem descobriu a confusão pela primeira vez foi um juiz do tribunal da coroa de Wood Green, que hoje está aposentado, após Battikh contratar um advogado para lidar com o caso. O sucessor no caso, o juiz Dodd, tentou fazer a Met — única autoridade que pode alterar registros criminais — a retificar o erro, descrevendo-o como uma "bagunça" que manchou o histórico do jovem alemão.

Porém, isso não adiantou muito: mesmo com os esforços, mais de um ano depois, novos crimes foram registrados em sua identidade, incluindo o de posse de uma faca em local público. Vendo sua ficha criminal apenas aumentando, Battikh começou a ficar desesperado.

"Eu estava incrédulo, pensei o que há de errado com o Reino Unido? Eles já disseram que eu não sou o criminoso e minha identidade foi roubada porque o tribunal confirmou isso. Mas por que eles não podem apagar meu nome do registro? Fiquei realmente chateado. Não posso continuar a viver assim, esperando indefinidamente que um registro criminal seja limpo. É incompreensível que esse processo esteja em andamento há seis meses sem nenhuma resolução bem-sucedida", disse Rami Battikh ao Guardian.

Agora, sem uma perspectiva de conseguir um emprego devido à confusão, o jovem alemão precisou vender seu carro para pagar suas contas, e compartilha sua história, pois se vê sem outros meios. Vale mencionar que no ano passado ele chegou a escrever ao tribunal da coroa de Wood Green oferecendo colaborar com qualquer prova que ajudasse a inocentá-lo:

Essa fraude destrói minha vida. Não consigo emprego algum. Por favor, se precisar, eu lhe darei minhas impressões digitais, um fio de cabelo... Não posso mais viver assim. Sou inocente e nunca cometi nenhum desses atos criminosos. Peço ajuda", escreveu ao tribunal.

Em resposta ao caso, o Met informou em declaração: "Estamos cientes deste caso e continuamos a trabalhar com outras agências para progredir com uma visão de retificar a situação. Entendemos que o tempo que isso levou aumentou a preocupação e a chateação, mas pretendemos fornecer uma atualização ao requerente em um futuro próximo".