A teoria foi proposta por Turing há mais de 70 anos
Redação Publicado em 13/04/2023, às 17h57 - Atualizado em 16/04/2023, às 11h12
Cientista da computação e polímata, Alan Turing, sugeriu há 71 anos, um modelo matemático que foi confirmado através de experimento, de maneira inusitada, com sementes de chia germinadas em laboratório recentemente.
Conforme repercutiu a revista Galileu, o experimento referido foi realizado na Universidade Northeastern em Boston, nos Estados Unidos, durante o estágio de verãodo estudante de ciência da computação Brendan D'Aquino.
Com Flavio Fenton, professor de física na Faculdade de Engenharia do Instituto de Tecnologia da Geórgia, a Georgia Tech, Brendan e Fenton trabalharam para que a teoria de Alan Turing fosse testada. As descobertas só foram demonstradas no dia 7 de março, durante reunião da American Physical Society, em Las Vegas.
Em 1952, Alan Turing sugeriu que dois produtos químicos, ao se moverem e reagirem entre si, de uma forma matematicamente previsível, poderiam explicar formas e padrões na natureza.
Os “padrões de Turing", de maneira exemplificada, podem surgir nas listras de zebra, em manchas de leopardo, e até mesmo nas vegetações do deserto. Além disso, o cientista apresentou equações de como essas interações entre fatores concorrentes podem levar a tais formatos complexos.
Assim, o estudo de D'Aquino e Fenton, que visava testar o modelo de Turing, fizeram com que eles distribuíssem sementes de chia, de maneira uniforme, em oito bandejas separadas, onde, após usarem diferentes métodos de plantio, eles as regavam todos os dias.
Ainda, as sementes foram cultivadas em quatro substratos que contavam com diferentes níveis de difusão, evaporação e irrigação diária. Ao site Live Science, D'Aquino comentou sobre o assunto:
Variamos a quantidade de água que cada bandeja recebeu e os níveis de evaporação de cada bandeja, cobrindo metade delas com filme plástico e deixando o restante aberto.”
Além disso, entre os diferentes tipos de substrato, encontrava-se uma fibra de coco grossa, que segundo o pesquisador “representa baixa difusividade, pois é mais difícil para a água se movimentar.” Ainda, toalhas de papel também fizeram parte do experimento, pois, era “onde a água pode se difundir mais rapidamente”.
Depois de uma semana, os pesquisadores observaram um padrão parecido com aqueles visualizados em ambientes naturais, como em pelos de animais e vegetação. Vale ressaltar que, a quantidade de água e a evaporação influenciavam nos fatores.
Ao final, os cientistas perceberam que seus estudos e observações eram parecidos com simulações de computador que haviam criado usando o modelo de Alan, mas utilizando vegetação. Além disso, eles ainda tem a intenção de escreverem sobre a descoberta em um artigo cientifico.
