Relatório denuncia a proliferação de fazendas de tigres no país, alimentando o comércio ilegal de partes de animais ameaçados de extinção
Enquanto a população de tigres na natureza luta para se recuperar, um comércio ilegal e cruel floresce na África do Sul. Um novo relatório da organização de proteção animal Four Paws expõe a alarmante realidade por trás das maiores fazendas de tigres fora da Ásia, revelando um esquema de contrabando de partes de animais para atender a demanda da medicina tradicional chinesa e vietnamita.
A pesquisa, conforme repercutido pelo The Guardian, identificou 103 locais na África do Sul onde tigres foram mantidos em cativeiro nos últimos anos, com muitos deles criados especificamente para a venda de suas partes. Membros de redes criminosas foram flagrados em fotos nas redes sociais.
A prática é um golpe para a conservação dos animais, que já estão classificados como ameaçados de extinção. Apesar do comércio internacional de tigres e suas partes ser banido desde 1975, a demanda continua alta na Ásia, impulsionando um mercado negro lucrativo.
A África do Sul, que possui uma das maiores populações de leões em cativeiro do mundo, também está envolvida no comércio ilegal de ossos de leão, vendidos como substitutos para os ossos de tigre. A exportação de ossos de leão foi proibida em 2019, mas o relatório da Four Paws indica que a prática persiste.
Segundo o 'The Guardian', o governo sul-africano reconhece a gravidade do problema e prometeu tomar medidas mais drásticas contra a criação de grandes felinos em cativeiro.
No entanto, a falta de regulamentação específica para os tigres e a complexidade das redes criminosas envolvidas representam um desafio significativo para as autoridades.