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Notícias / Auschwitz

80 anos da Libertação de Auschwitz não contará com manifestações políticas

Celebração, que acontece no próximo dia 27 de janeiro, acontecerá com uma restrição: 'Não haverá discursos políticos de forma alguma', afirma diretor

Fabio Previdelli
por Fabio Previdelli
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Publicado em 13/01/2025, às 10h00

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Portão do antigo campo de concentração, na Polônia - Neil via Wikimedia Commons
Portão do antigo campo de concentração, na Polônia - Neil via Wikimedia Commons

No próximo dia 27 de janeiro será celebrado os 80 anos da libertação de Auschwitz. Este ano, porém, o evento contará com uma restrição: embora monarcas, presidentes e primeiros-ministros estejam convidados, nenhum deles terá espaço para discursar. 

Pela primeira vez em um aniversário "redondo" da libertação, o museu de Auschwitz proibiu todos os discursos de políticos no evento de 27 de janeiro, que marcará as oito décadas desde o dia em que as tropas soviéticas libertaram o campo em 1945.

Sendo assim, conforme repercutido pelo The Guardian, apenas os sobreviventes do campo de concentração nazista na Polônia ocupada poderão discursar — no que será, muito provavelmente, a última grande comemoração quando muitos ainda estiverem vivos e saudáveis ​​o suficiente para viajar.

Não haverá discursos políticos de forma alguma", afirmou Piotr Cywiński, diretor do memorial e museu de Auschwitz-Birkenau, em uma entrevista recente ao veículo inglês.

"Queremos nos concentrar nos últimos sobreviventes que estão entre nós e em sua história, sua dor, seu trauma e sua maneira de nos oferecer algumas obrigações morais difíceis para o presente", acrescentou.

Bastidores políticos

Apesar da falta de 'politicagem' no evento, a política contemporânea possui forte influência nos bastidores do mesmo. Afinal, no início do mês, o vice-ministro das Relações Exteriores da Polônia sugeriu que as autoridades seriam obrigadas a prender o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se ele viajasse para a Polônia para a cerimônia — dado o mandado do tribunal criminal internacional para sua prisão por acusações de crimes de guerra.

Porém, na quinta-feira da semana passada, 9,o primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, voltou atrás na ameaça, anunciando que qualquer político israelense, incluindo Netanyahu, poderia visitar a cerimônia sem medo de ser preso, apesar do fato de a Polônia ser signatária do Tribunal Penal Internacional (TPI).

"O governo polonês trata a participação segura dos líderes de Israel nas comemorações de 27 de janeiro de 2025 como parte da homenagem à nação judaica, cujos milhões de filhas e filhos se tornaram vítimas do Holocausto realizado pelo Terceiro Reich", diz uma resolução divulgada pelo gabinete de Tusk.

Cywiński descreveu toda a discussão como uma "provocação da mídia", alegando que não havia nenhuma indicação de que Netanyahu tivesse planejado visitar a cerimônia em primeiro lugar. Ele disse, no entanto, que uma delegação israelense era esperada no evento.

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