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Notícias / Estados Unidos

Abu Zubaydah: a história do 'prisioneiro eterno' da Baía de Guantánamo

Painel de 12 relatores especiais da ONU enviou uma carta ao presidente dos EUA pedindo a libertação de Zubaydah, destacando sua deterioração de saúde

Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 13/01/2025, às 19h30

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Cresce a pressão para a libertação de Zubaydah - Wikimedia Commons
Cresce a pressão para a libertação de Zubaydah - Wikimedia Commons

Joe Biden enfrenta apelos crescentes para libertar Abu Zubaydah, detido na Baía de Guantánamo, em Cuba, há 23 anos sem acusações formais.

Zubaydah, um palestino de 53 anos capturado em 2002, foi o primeiro prisioneiro da CIA a ser submetido a tortura em prisões secretas após os ataques de 11 de setembro, incluindo afogamento simulado 83 vezes em um único mês.

Um painel de 12 relatores especiais da ONU enviou uma carta ao presidente dos EUA pedindo a libertação imediata de Zubaydah, destacando sua deterioração de saúde e a negação de cuidados médicos adequados. Eles também enfatizaram as dificuldades enfrentadas por Zubaydah para se comunicar com seus advogados.

Outro grupo de 100 acadêmicos e especialistas em direitos humanos reforçou o apelo, descrevendo o caso como uma "mancha" na história dos EUA. Eles encorajaram Biden a tomar uma ação decisiva antes de deixar o cargo, argumentando que a libertação de Zubaydah poderia romper padrões de inação burocrática que perpetuaram sua detenção.

Capturado em Faisalabad, Paquistão, em 2002, Zubaydah foi inicialmente acusado de ser um líder da Al-Qaeda. Contudo, investigações posteriores revelaram que ele não fazia parte da organização nem tinha conhecimento prévio dos ataques de 11 de setembro.

Ele foi transferido para Guantánamo em 2006, após passar por uma rede de prisões secretas em países como Tailândia, Polônia e Afeganistão, onde foi submetido à tortura extrema.

Desafios legais

Nas últimas semanas, Biden acelerou a transferência de presos de Guantánamo. Recentemente, dois detentos foram enviados para a Tunísia e o Quênia, e 11 iemenitas foram reassentados em Omã.

Atualmente, 15 prisioneiros permanecem na base, incluindo três que já receberam autorização para transferência, mas continuam detidos.

Helen Duffy, da organização Human Rights in Practice, destacou que o Reino Unido tem um papel moral e estratégico na resolução do caso, especialmente considerando sua cumplicidade em operações de tortura e transferência extraordinária no passado.

Não há acusações pendentes contra Zubaydah, mas há um imperativo moral e legal para agir com urgência para tirá-lo de Guantánamo”, disse Duffy.

Guantánamo permanece como um símbolo controverso da luta global contra o terrorismo. A possível libertação de Abu Zubaydah, após mais de duas décadas de detenção sem acusação, pode marcar um importante passo na busca por justiça e reparação.