Autoridades chinesas avaliam venda do TikTok para Elon Musk, caso a plataforma não evite banimento nos EUA
Recentemente, autoridades chinesas iniciaram conversas preliminares sobre a possível venda das operações do TikTok nos Estados Unidos para o bilionário Elon Musk, caso a popular plataforma de vídeos curtos não consiga evitar um banimento iminente.
Embora os funcionários de Pequim prefiram que o TikTok permaneça sob o controle da empresa-mãe ByteDance, segundo informações divulgadas pela Bloomberg, alternativas como a venda para Musk foram consideradas.
Em resposta a esses rumores, um porta-voz do TikTok declarou: "Não podemos ser obrigados a comentar sobre pura ficção". A empresa tem reiterado sua posição de que não pretende vender suas operações nos Estados Unidos.
Desde seu lançamento, o TikTok rapidamente se estabeleceu como uma das maiores redes sociais do mundo. Em 2018, a plataforma superou o Facebook, Instagram, Snapchat e YouTube em número de downloads e hoje conta com 170 milhões de usuários apenas nos Estados Unidos.
No entanto, o crescimento exponencial da rede social gerou preocupações entre alguns políticos americanos, que temem que o Partido Comunista da China possa influenciar seus proprietários. Em abril, a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou um projeto de lei que exigiria que a ByteDance vendesse a plataforma ou enfrentasse um banimento total no país.
Na semana passada, o Supremo Tribunal pareceu inclinado a apoiar a legislação que exige a venda ou banimento do TikTok até 19 de janeiro.
Conforme noticiado pela Bloomberg, as operações do TikTok nos EUA podem ser vendidas através de um processo competitivo ou por meio de um acordo governamental, sugerindo que o futuro da plataforma já não está totalmente nas mãos da ByteDance.
O governo chinês possui uma "ação dourada" na ByteDance, o que, segundo vários membros do Congresso dos EUA, confere ao governo poder sobre o TikTok.
Uma das possibilidades discutidas é que a plataforma de Musk, X, assuma o controle do TikTok nos Estados Unidos e administre os negócios em conjunto. No entanto, ainda não há consenso entre os oficiais sobre como proceder com essa situação.
Não está claro até que ponto a ByteDance está ciente dessas discussões ou da potencial participação de Musk e do TikTok nas mesmas. Também não há informações disponíveis sobre eventuais negociações entre ByteDance, TikTok e Musk relacionadas a um possível acordo.
A venda para Musk aumentaria ainda mais o controle do homem mais rico do mundo sobre o ecossistema informativo dos Estados Unidos, após sua aquisição do Twitter (agora chamado X) em outubro de 2022.
Musk havia afirmado anteriormente que a rede social seria politicamente neutra; no entanto, no ano passado utilizou a plataforma para apoiar diretamente Donald Trump em sua campanha presidencial e para promover conteúdos políticos conservadores.
Um possível controle sobre uma empresa da magnitude do TikTok — especialmente por parte de um concorrente — provavelmente despertaria intenso escrutínio por parte dos reguladores de concorrência da Comissão Federal de Comércio (FTC) e do Departamento de Justiça.
Recentemente, Trump afirmou que seu indicado para presidir a FTC, Andrew Ferguson, focaria em "censura das grandes tecnologias", conforme repercutido pelo The Guardian.
Um eventual banimento da plataforma poderia gerar desconforto entre seus usuários nos EUA. O TikTok já declarou anteriormente que a participação do governo chinês "não influencia as operações globais da ByteDance fora da China", incluindo o TikTok.
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