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Notícias / "Ainda Estou Aqui"

Jornal francês revolta brasileiros ao criticar Fernanda Torres em "Ainda Estou Aqui"

Crítica de jornal francês para atuação de Fernanda Torres, vencedora do Globo de Ouro, em "Ainda Estou Aqui" desagradou brasileiros

por Thiago Lincolins
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Publicado em 14/01/2025, às 17h53 - Atualizado às 18h58

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Cena do filme "Ainda Estou Aqui" - Divulgação
Cena do filme "Ainda Estou Aqui" - Divulgação

O filme brasileiro "Ainda Estou Aqui", dirigido por Walter Salles, chega às salas de cinema da França nesta quarta-feira, 15. O lançamento do longa é cercado de grandes expectativas, especialmente por ser considerado um dos principais concorrentes ao Oscar de Melhor Filme Internacional.

Com o título adaptado para o mercado francês como "Je suis toujours là", a obra de Salles tem sido bem recebida pela crítica local, acumulando uma série de avaliações positivas.

O jornal Libération destacou que, "doze anos após seu último projeto, Walter Salles apresenta uma narrativa repleta de força e emoção sobre o luto impossível da família Paiva". A revista Cahiers du Cinéma também elogiou o filme, chamando-o de "realizado com sutileza e que reafirma a importância da transmissão da memória".

"Ainda Estou Aqui"
Cena do filme "Ainda Estou Aqui" - Divulgação

O desempenho brilhante da atriz Fernanda Torres, premiada com o Globo de Ouro, também se destacou. A Telerama descreveu sua atuação como "extraordinária".

No entanto, essa apreciação não foi unânime. O crítico Jacques Mandelbaum, do Le Monde, apresentou uma visão divergente, considerando a atuação de Torres como "passavelmente monocórdica".

Em uma avaliação menos generosa, o periódico atribuiu apenas uma estrela ao filme em uma escala de quatro, criticando o enfoque excessivo na figura de Eunice Paiva, que, segundo ele, passa "com um traço leve demais pela compreensão do mecanismo totalitário".

Internautas se revoltam

Como resultado, o assunto repercutiu entre brasileiros no X, antigo Twitter. "Até porque um francês sabe mais sobre a ditadura do Brasil do que os brasileiros responsáveis pelo filme, o ego europeu sempre me impressiona", comentou uma conta na rede social.

Outros até mesmo mencionaram "Emilia Pérez", o possível maior concorrente do longa-metragem brasileiro no Oscar. "Ora ora, que coincidência o Emilia Pix ser francês", brincou um internauta.

"Eles estão desesperados que 'Emilia Pérez' tá tomando chapisco e sendo detonado online e já tem previsões que 'Ainda Estou Aqui' tem tudo para virar e ganhar o Oscar de filme internacional!", opinou outro. 

Outras contas ainda aproveitaram a repercussão e escreveram publicações em francês ao jornal. 

O filme

Inspirado na obra homônima de Marcelo Rubens Paiva, publicada em 2015, o filme "Ainda Estou Aqui" aborda a trajetória da mãe do autor, Eunice. A narrativa, que se desenrola em meio à repressão do regime militar brasileiro, é vivida nas telas pelas renomadas atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro.

No enredo, a história se inicia com a prisão e subsequente desaparecimento do deputado cassado Rubens Paiva, interpretado por Selton Mello, ocorrido no início da década de 1970.

O filme não apenas retrata os horrores da violência política da época, mas também traça um retrato íntimo da luta de Eunice ao longo dos anos, incluindo o impacto devastador do diagnóstico de Alzheimer que ela enfrenta.

Além das atuações marcantes de Torres, Montenegro e Mello, o elenco é enriquecido por talentos como Marjorie Estiano, Valentina Herszage, Humberto Carrão, Dan Stulbach, Camila Márdila, Maeve Jinkings e Daniel Dantas.