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Notícias / Elon Musk

Governo da Alemanha acusa Elon Musk por interferir nas eleições do país

Musk publicou um artigo no jornal alemão Welt am Sonntag, no qual defendeu um partido de extrema-direita contra acusações de radicalismo

Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 30/12/2024, às 17h30

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Elon Musk - Getty Images
Elon Musk - Getty Images

O governo alemão acusou Elon Musk de tentar influenciar as eleições federais do país com repetidos apoios públicos ao partido de extrema-direita Alternative für Deutschland (AfD).

A porta-voz do governo, Christiane Hoffmann, declarou em uma coletiva de imprensa que Musk está claramente buscando impactar o cenário político alemão, embora reconheça o direito dele à liberdade de expressão. “A liberdade de opinião também abrange as maiores bobagens”, afirmou.

Musk, que frequentemente comenta sobre política alemã, intensificou sua retórica ao declarar no X (antigo Twitter) que “somente o AfD pode salvar a Alemanha”. Ele também compartilhou um vídeo da influenciadora de direita Naomi Seibt criticando Friedrich Merz, líder conservador favorito nas eleições, e elogiando o presidente argentino Javier Milei.

Além disso, Musk publicou um artigo no jornal alemão Welt am Sonntag, no qual defendeu o AfD contra acusações de radicalismo e elogiou suas propostas econômicas e fiscais. A publicação gerou indignação, levando Eva Marie Kogel, editora da seção de opinião do jornal, a renunciar em protesto.

A intervenção de Musk provocou duras críticas de políticos alemães. O ministro da saúde, Karl Lauterbach, chamou o ato de "indigno e altamente problemático". Friedrich Merz, do CDU/CSU, descreveu a interferência como “intrusiva e presunçosa” e comparou a situação a uma tentativa inédita de influência em uma democracia ocidental por parte de um aliado.

Contexto eleitoral

O cenário político na Alemanha está em ebulição após o colapso da coalizão liderada pelo chanceler Olaf Scholz, do SPD. Scholz convocou eleições gerais para fevereiro de 2025, sete meses antes do previsto. As pesquisas indicam que o SPD está atrás do bloco CDU/CSU, liderado por Merz, com o AfD ocupando o segundo lugar, com cerca de 19% das intenções de voto.

O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, também criticou as tentativas de influência externa nas eleições. Em um discurso anunciando a dissolução do parlamento, Steinmeier fez uma menção indireta a Musk, alertando contra “interferências flagrantes” no processo democrático.

O AfD, conhecido por suas posições anti-muçulmanas e anti-migração, vem tentando estreitar laços com aliados internacionais, incluindo o ex-presidente dos EUA Donald Trump. A co-líder do partido, Alice Weidel, foi uma das primeiras figuras estrangeiras a parabenizar Trump por sua vitória eleitoral.

Em resposta às acusações de extremismo, Musk defendeu o AfD, mencionando a “parceira do mesmo sexo de Weidel, do Sri Lanka”, como evidência de que o partido não seria “extremista de direita”.

Apesar do crescimento nas pesquisas, todos os partidos tradicionais descartaram formar coalizões com o AfD em nível federal ou estadual. Uma forte votação para o partido pode complicar a formação de uma maioria governante após as eleições.

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