Sonhos (e pesadelos) que arrancaram suspiros — ou gargalhadas — em exposições
Carros conceito não são criados para serem vendidos. Por mais sucesso que um deles faça, é naturalmente filho único. É o fruto da imaginação solta do criador, sem se importar muito com a parte chata: materiais, métodos e custos de produção.
A ideia é mostrar ao público novos designs e tecnologias que podem (ou não) ir parar nos veículos no mercado. Representavam o que os seus criadores imaginavam do futuro automotivo e funcionavam como uma espécie de feedback para a indústria automobilística, medido pela proporção de suspiros versus risadas.
Aqui, 20 dos modelos mais interessantes já criados.
O automóvel inventado por Buckminster Fuller era equipado com três rodas e, nos sonhos de seu criador, em sua versão completa, poderia literalmente voar, saltando por sobre o tráfego e voltando para a estrada. Na prática, foi um fracasso. Capotagens, atribuídas ao design pouco convencional, enterraram o projeto. Não é um carro conceito no sentido literal, porque não veio de uma montadora, mas foi feito com o dinheiro pessoal do inventor.
Desenvolvido por Harley Earl, o Buick Y-Job, é considerado o primeiro carro conceito do mundo. Os faróis eram retráteis e seu design geral previa o que se tornaria padrão uma década depois.
O automóvel foi construído por Rust Heinz e Maurice Schwartz, que tinham uma empresas de carroçarias na Califórnia. Com duas portas e espaço para seis pessoas, não tinha maçanetas. As portas abriam eletricamente, controladas por botões dentro e fora.
No início, os "ônibus do futuro" da GM só seriam expostos na Feira Mundial de Nova York em 1939. Acabaram usados na Parade of Progress ("Desfile do Progresso"), tipo de exposição itinerante criada pela companhia para apresentar os "aparelhos do futuro" – como a televisão e, depois da Segunda Guerra, o micro-ondas.
Projetado por Norman Timbs, que havia trabalhado com Preston Tucker na malfadada tentativa de lançar um carro futurista, chamou atenção com enormes curvas nas laterais. Era um exercício em aerodinâmica, que havia avançado muito com a construção de Aviões na Segunda Guerra.
O veículo com grandes barbatanas na parte traseira foi projetado por Harley Earl e teve o seu design inspirado em jatos, uma inovação que colaria nos carros de produção.
Os três modelos italianos foram criados numa parceria entre a fabricante Alfa Romeo e a empresa italiana Bertone. O conceito envolvia o desenvolvimento de carros que apresentassem o menor coeficiente de arrasto possível. Isto é, que menos gerasse atrito com o ar, o mais aerodinâmico possível.
Com modelos também projetados por Harley Earl, que seria o chefe do departamento de design da GM, a linha Firebird foi inspirada nos recém-criados caças supersônicos. Todos tinham o teto em bolha de vidro dos aviões. O Firebird I foi o primeiro carro movido a turbina a gás testado nos EUA. Já o Firebird II tinha duas, com grandes entradas de ar na parte dianteira. E o Firebird III tinha um joystick no meio dos dois assentos, como os caças, fazendo com que o motorista se sentisse um aviador profissional.
Exibido em vários eventos automotivos, o carro foi desenvolvido pela antiga companhia Oldsmobile. A ideia era que o veículo fosse visto como um "foguete sobre rodas".
O veículo desenvolvido para a GM imitava os supersônicos, como os Firebird. Não possuía para-choque e, sendo extremamente baixo, o motorista ia sentado quase no nível do asfalto, com a cabeça na altura das maçanetas dos outros carros.
Projetado por Alfred Juliano, um padre católico, o Aurora foi criado para proteger seus passageiros. Era equipado com recursos de segurança como cintos e barras de proteção. A frente esquisitísima servia para proteger pedestres em atropelamentos. Basta olhar para ele para entender por que as santas intenções do padre não deram em nada.
Ficou na prancheta, mas foi testado com um modelo em escala. Era um veículo movido a energia nuclear. Algo mais precisa ser dito?
Projetado pelo francês Robert Opron, o conceito era imaginar como seriam os veículos dos anos 2000. O automóvel (do futuro, não o conceito) seria movido a energia atômica, controlado por voz e guiado via radar. Cedo demais.
O automóvel surgiu como uma tentativa da marca americana Plymouth, da empresa Chrysler Corporation, de se livrar dos modelos de carros "quadrados, altos e sem inspiração". O resultado foi esse veículo fino, baixo e assimétrico, quem sabe inspirado num linguado.
O automóvel é na verdade uma Dodge A100 – antiga linha de vans compactas – que foi drasticamente customizada por Mike e Larry Alexander. Sem portas, o automóvel acabou virando modelo para os carrinhos de brinquedo da Hot Wheels.
Um dos três carros-conceito da linha Astro, desenvolvida pela GM. Equipado com um motor de turbina a gás (que move as rodas como um motor convencional; não confundir com turbina de avião, que impulsiona o ar) tinha menos de 1 metro de altura, sendo o menor carro conceitual criado pela companhia.
O veículo – que visto de lado parecia mais uma enorme cunha – foi projetado pela empresa italiana Bertone. Como não possuía portas, os passageiros poderiam acessar o automóvel pelo vidro da parte de cima. O formato apareceria em superesportivos italianos a partir do fim da década.
Em formato de pirâmide, resolveria o problema dos carros com asa-de-gaivota, a falta de espaço para abri-las num estacionamento. O motorista ia ensanduichado no meio dos outros dois passageiros
O carro totalmente elétrico foi desenvolvido pelo australiano William J. Mitchell. Ele imaginou um carro pequeno como uma solução para o caos diário gerado pelo transporte público.
Criado pela Nissan, o carro é basicamente uma cabine rotativa de 360 graus sobre um chassi. Esse giro facilitaria o ato de estacionar o veículo.