Um dos monumentos mais famosos do país completou 90 anos e carrega fatos curiosos
Quando falamos na estátua do Cristo Redentor estamos falando não apenas de um símbolo religioso importante, estamos falando também de um dos pontos turísticos mais importantes do Rio de Janeiro e do Brasil. E para saber mais sobre o tema, tive um diálogo com o professor de história Rafael Fersi.
É um símbolo que se confunde não só com a identidade do carioca, mas com a identidade do próprio povo brasileiro. Basta observar com atenção que você encontrará menções e referências ao monumento do Cristo Redentor em poemas e canções diversas pelo Brasil a fora.
Aproximadamente 709 metros acima do nível do mar, localizada no Morro do Corcovado – o Morro Pão de Açúcar também foi cogitado para hospeda-la – pensando 1.145 toneladas, e com 38 metros de altura (com pedestal), a estátua do Cristo Redentor foi inaugurada pelo então presidente do Brasil, Getúlio Vargas, numa segunda feira do dia 12 de outubro de 1931.
Segundo o Diário de Notícias do Rio de Janeiro, a inauguração ocorreu numa segunda-feira chuvosa, que marcou o encerramento de uma semana de comemorações chamada – no Diário de Notícias – de “Semana do Monumento a Christo Redemptor” e, que, apesar do tempo ruim, foi marcado pela presença do povo.
“A despeito da chuva que durante todo o dia caiu sobre esta capital, [...] O povo compareceu a ambas [comemorações] sem que o mau tempo lhe a refecesse o entusiasmo com que nestes últimos oito dias vem participando das festas realizadas aqui desde o dia 4 do corrente.” (Diário de Notícias, RJ. Ano 1931\Edição 00483).
Mas você sabia que ao invés do Cristo Redentor poderíamos ter lá no Morro do Corcovado outro monumento e, dedicado a uma mulher? Estou falando da princesa Isabel.
Pouco tempo após a princesa ter assinado a Lei Áurea – que aboliu a escravidão no Brasil, em 13 de maio de 1888 –, um grupo de abolicionistas pretendia homenageá-la por tal feito.
Pretendiam construir uma estátua no alto do corcovado, mas rejeitando a honraria ela afirmou, num documento de 2 de agosto de 1888 que: “Manda Sua Alteza a Princesa Imperial Regente em Nome de Sua Majestade o Imperador agradecer a oferta da Comissão Organizadora constituída da Sociedade Brasileira de Beneficência de Paris, da Cia. Estrada de Ferro do Cosme Velho ao Corcovado e do Jornal O Paiz, para erguer uma estátua em sua honra pela extinção da escravidão no Brasil, e faz mudar a dita homenagem e o projeto, pelo ofício de 22 de julho do corrente ano, por uma estátua do Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo, verdadeiro redentor dos homens, que se fará erguer no alto do morro do Corcovado”.
Um fato curioso é que D. Pedro II, pai da princesa Isabel, o imperador também recusou a construção de uma estátua em sua homenagem e pediu que a importância em valores se aplicasse na fundação de escolas.
Mas voltando ao Cristo Redentor, é possível que a ideia de se construir um monumento em homenagem à fé cristã no Morro do Corcovado tenha surgindo um pouco antes da sugestão da princesa Isabel, mas esta já seria outra questão.
Biografia resumida do colunista Dr. Fabiano de Abreu Rodrigues
PhD, neurocientista, mestre psicanalista, biólogo, historiador, antropólogo, com formações também em neuropsicologia, psicologia, neurolinguística, neuroplasticidade, inteligência artificial, neurociência aplicada à aprendizagem, filosofia, jornalismo e formação profissional em nutrição clínica - Diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, UniLogos; Membro da Federação Européia de Neurociências e da Sociedade Brasileira e Portuguesa de Neurociências. Universidades em destaque: Logos University International, UniLogos, Nova de Lisboa, Faveni, edX Harvard, Universidad de Madrid.