A bela escultura, que mostra a Virgem Maria com Jesus Cristo nos braços, é uma das peças mais impressionantes deixadas por Michelangelo
Michelangelo foi um dos maiores artistas de todos os tempos, e, embora tenha engajado com inúmeras formas de arte, sua modalidade favorita era a escultura. O gênio italiano renascentista foi responsável por algumas das estátuas mais impressionantes da História Ocidental, como Davi, Moisés e a impressionante Pietà.
Essa última escultura, cujo nome pode ser traduzido como "piedade", representa a Virgem Maria segurando Jesus Cristo nos braços após a crucificação, uma triste cena bíblica que coloca o sofrimento materno em foco. Confira algumas curiosidades a respeito abaixo!
Inicialmente, é necessário ter em mente que existem três versões da Pietà. A mais famosa, que é alvo de curiosidades nesta matéria, se encontra na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Já o museu Duomo de Florença, a catedral, é dona da versão conhecida 'Pietà Florentina' ou 'Bandini'. No Castelo Sforzesco, em Milão, existe mais uma versão, a chamada Pietà Rondanini,, que o artista não finalizou.
A Pietà do Vaticano foi encomendada por Jean de Billheres, um cardeal francês que queria que a peça decorasse seu túmulo. Segundo repercutiu o site MentalFloss, o religioso teria pedido que Michelangelo fizesse "a mais bela obra de mármore de Roma, que nenhum artista vivo poderia fazer melhor".
Apesar da alta exigência, o escultor italiano, que na época tinha apenas 24 anos, se mostrou à altura do pedido, chegando a se tornar famoso graças à obra, que se tornou uma das primeiras provas de seu grande talento.
Um dos fatos surpreendentes a respeito da criação da Pietà é que Michelangelo a teria esculpido a partir de um único bloco de mármore.
Outro detalhe é que a pedra especial que seria transformada na peça de tirar o fôlego foi retirada de Carrara, uma região na Itália de onde escultores coletaram suas matérias-primas para estátuas desde a Roma Antiga.
De acordo com o portal Artistry Found, a obra representando a cena bíblica com a Virgem e seu filho foi a primeira e única que ganhou a assinatura de Michelangelo, porém existem versões diferentes a respeito de como isso aconteceu.
Uma das versões da história, por exemplo, diz que o escultor renascentista assinou a peça antes de sua primeira exibição, enquanto outra afirma que a assinatura apenas aconteceu depois que um visitante, ao admirar a Pietà, pensou que se tratava de um trabalho de Gobbo de Milão, que era um rival do italiano.
Essa segunda narrativa é descrita pelo historiador Giorgi Vasari no século 16:
Um dia Michelangelo; entrando no local onde foi montado, encontrou ali um grande número de estranhos da Lombardia, que o elogiavam muito, e um deles perguntou a um dos outros quem o havia feito, e ele respondeu, 'Nosso Gobbo de Milão.' Michelangelo ficou em silêncio, mas achou estranho que seus trabalhos fossem atribuídos a outro; e uma noite ele se trancou lá dentro e, tendo trazido um pouco de luz e seus cinzéis, esculpiu seu nome nele".
Em 1972, um homem chamado Laszlo Toth escalou as grades da Basílica de São Pedro, localizada no Vaticano, armado de um martelo. Ele golpeou várias vezes a estátua, danificando seu nariz, bochecha e o olho esquerdo, ainda conforme o Mental Floss.
A restauração dos estragos, por sua vez, demorou dez meses para ser completada, tendo contado com uma equipe formada pelos melhores artesãos da época, que buscaram reverter a escultura para sua aparência original.
Segundo explicado pelo site Artsy.net, uma equipe de historiadores da arte liderados por Roy Doliner acredita que uma pequena estátua de terracota comprada a preço de banana por um antiquário italiano no início dos anos 2000 teria sido, na verdade, um trabalho perdido de Michelangelo, tendo sido usado por ele como esboço para a Pietà. No entanto, se trata apenas de uma teoria.