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Curiosidades / Música

Depois da parceria: A inesperada rivalidade entre Paul McCartney e Michael Jackson

Apesar de adorada pelos fãs, a amizade entre os artistas, que lançaram duas canções, foi abalada por uma inusitada decisão

Alana Sousa Publicado em 07/11/2020, às 13h00 - Atualizado em 19/11/2021, às 12h00

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Paul McCartney e Michael Jackson em filmagem caseira - Divulgação/ Vídeo/ DudexMJFan2011
Paul McCartney e Michael Jackson em filmagem caseira - Divulgação/ Vídeo/ DudexMJFan2011

Para os amantes da música internacional, a década de 1980 guarda algumas das mais impressionantes parcerias. Uma das maiores delas foi entre o ex-beatle, Paul McCartney, e o Rei do Pop, Michael Jackson. Juntos, eles formaram uma dupla quase imbatível.

Com uma profunda admiração um pelo outro, os cantores protagonizaram uma das mais famosas, ainda que emblemáticas, amizades dos mundo do entretenimento. A relação, contudo, enfrentou um declínio inesperado, que colocou tudo a perder.

Tudo começou em 1982, quando Jackson estava trabalhando em seu álbum Thriller, um dos mais importantes da História. O americano convidou o integrante do Beatles para se juntar a ele em uma das canções, intitulada 'The Girl Is Mine'.

A música, composta por Michael, foi lançada como o primeiro single do renomado trabalho, e fez um enorme sucesso em 1982. Entretanto, mal eles sabiam que, no ano seguinte, uma canção de ambos seria ainda mais bem recebida.

Dessa vez parte do álbum de McCartney, Pipes of Peace, a colaboração teve como resultado a música 'Say, say, say', lançada em 1983. Com um videoclipe marcante, a composição se tornou um hit e tocou incansavelmente durante o ano.

A relação profissional logo se estendeu para os bastidores: Michael e Paul se tornaram amigos próximos. Dividindo confidencias sobre o peso da fama e interesses em comum, um assunto foi crucial para o distanciamento dos artistas nos anos seguintes.

Amizade destruída

Em uma de suas frequentes conversas, Paul deu conselhos para Michael sobre ter os direitos autorais sobre suas próprias músicas e como isso era importante para a carreira de um astro de sucesso, além de ser uma forma de alimentar a fortuna.

Aplicando na prática o hábito do amigo, Michael tomou a decisão que mudou para sempre sua relação com McCartney. Quando a coleção de composições Lennon-McCartney foi a leilão, em 1985, Jackson comprou o catálogo por uma quantia de 47,5 milhões de dólares. As criações de uma das maiores bandas que já existiram faziam parte da empresa ATV, adquirida pelo Rei do Pop na época.

Ele passou a possuir, então, todas as músicas que os Beatles tinham escrito até sua separação, em 1970. Paul ficou furioso, tentou contatar Michael para falar sobre o movimento que descreveu, mais tarde, como “desonesto”.

O intérprete de Thriller, por outro lado, estava inflexível. Depois de receber algumas cartas de Paul, respondeu dizendo que eram “apenas negócios”. Após isso, a relação deles não foi mais a mesma. McCartney precisava pagar — como faz até hoje com algumas músicas — para apresentar canções que ele próprio escreveu, e nunca aceitou o fato de Jackson lucrar com seu trabalho.

“A única razão para Michael comprar o catálogo era porque estava à venda. Paul McCartney e Yoko poderiam ter comprado, mas não quiseram”, afirmou Joe Jackson tempos depois. Dez anos mais tarde, ele abriu mão de 50% do catálogo, que foi comprado pela Sony, e Paul conseguiu recuperar parte de seu legado.


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