Em nova série, Netflix mistura fato e ficção ao retratar a trajetória de Griselda Blanco, a 'rainha da cocaína'; entenda o escândalo do telefone
Publicado em 30/01/2024, às 11h53 - Atualizado em 01/02/2024, às 20h28
Nos Estados Unidos, entre os anos 70 e 80, uma mulher construiu um império de cocaína e mortes em Miami. Se trata de Griselda Blanco, conhecida como 'a madrinha'. Agora, sua trajetória de crimes é retratada em nova série da Netflix, que já ocupa o top 10 entre as produções mais assistidas entre os assinantes.
"Inspirado em eventos reais, este drama fictício retrata a jornada de Griselda Blanco desde Medelín até se tornar a "Madrinha" do império do tráfico de drogas de Miami", explica a sinopse da Netflix.
A série, assim como muitos filmes e séries baseados em fatos, mistura fato e ficção ao retratar eventos que marcaram a vida íntima e pública de Blanco. No final da série, por exemplo, o público confere o momento em que a 'rainha da cocaína' é capturada pelas autoridades.
Presa por tráfico de drogas, as autoridades queriam impedir Blanco de não responder pelas mortes que marcaram a ascensão de seu comércio ilegal. Assim, perceberam que a melhor maneira de incriminar Griselda seria através do testemunho de Jorge Ayala, Rivi, capanga da traficante e responsável por assassinatos.
No entanto, o testemunho de Rivi foi comprometido no momento em que ele se envolve num escândalo com uma secretária do Gabinete do Procurador do Estado de Miami-Dade. Isso porque a profissional teve conversas telefônicas sexualmente explícitas com o capanga de Blanco, comprometendo o testemunho de Ayala.
O escândalo, de fato, aconteceu após a prisão de Griselda e Rivi. No entanto, envolveu mais de uma mulher. Em junho de 1998, o Tampa Bay Times informou que três secretárias foram demitidas por conversas telefônicas explícitas com Jorge Ayala, conhecido como Rivi.
As investigações não revelaram nada criminoso, no entanto, Katherine Fernadez Rundle, então procuradora do estado de Miami-Dade, considerou as conversas explícitas indefensáveis.
Outro ponto que também dificultou o caso é que Ayala seria testemunha contra Griselda e as secretárias envolvidas no escândalo tinham acesso aos arquivos dos promotores. Como resultado, o medo dos investigadores era que o caso contra Blanco acabasse comprometido.
No final, o capanga de Griselda foracondenado por três assassinatos, incluindo a morte de Johnny Castro, uma criança de 2 anos. Ayala recebeu a pena deprisão perpétua e poderia tentar a liberdade condicional após 25 anos.
A última atualização de seu caso ocorreu em 2013, há mais de 10 anos. Na ocasião, Rivi tentou a liberdade condicional ao citar um 'acordo de aperto de mão' feito com promotores em 1993, entretanto, não teve sucesso. O pedido foi negado e ele permanece preso, como mostra o Departamento de Correções da Flórida.