Com o passar dos anos, a humanidade foi aperfeiçoando a arte do exagero na hora de mimar (ou iludir) o próximo
Um papel decorado, uma fita de cetim e algum cartão emocionante. A imagem que nós temos de um presente roda em torno da curiosidade e da expectativa criadas ao ganhar alguma surpresa em datas especiais, ou até mesmo em momentos inesperados.
Acontece que, na história da humanidade, alguns dos presentes mais exuberantes já distribuídos sequer podiam ser embrulhados — muito menos escondidos para que se tornassem um mistério. Isso porque, muito além de roupas ou joias, nossos antepassados já exploraram — e muito — a sua criatividade para presentear alguém.
Confira, abaixo, 10 dos presentes mais inusitados da história:
O autêntico “presente de grego”, o cavalo de madeira foi enviado aos adversários troianos. A escultura era um suposto símbolo de paz, entregue após a falsa desistência grega — mas estava recheado de soldados que aproveitaram o esconderijo para invadir a cidade. O incidente foi registrado na Odisseia, de Homero. A veracidade, porém, é bastante questionável.
De acordo com a lenda, os Jardins Suspensos foram trazidos à Babilônia pelo rei Nabucodonosor para agradar sua esposa preferida, Amitis. Ela sentia falta da vegetação exuberante de sua terra natal, Média. Uma das Sete Maravilhas da Antiguidade, não há provas concretas de que tenha existido.
Presente do rei Manuel I, de Portugal, ao papa Leão X, o raro elefante indiano branco foi enviado a Roma de navio. Foi tão bem recebido que Leão pediu ao pintor renascentista Rafael que fizesse seu retrato. O bicho morreu dois anos depois, quando tratava de prisão de ventre com laxantes misturados a ouro. A história de Hanno é contada por José Saramago em 'A Viagem do Elefante'.
Um presente de Ano-Novo, essa bacia de mesa feita de prata, com borda de ouro e adornada com rubis e pérolas, continha uma fonte decorada com diamantes que vertia água dos seios de três mulheres esculpidas. Foi entregue ao rei Henrique VIII por Ana Bolena, que já havia presenteado o monarca com um conjunto de lanças decoradas.
O imperador Sha Jahan construiu o palácio em homenagem à sua esposa, Mumtaz Mahal. Mumtaz morrera durante o parto do 14° filho do casal. Foram contratados 20 mil trabalhadores para erigir o monumento, feito quase inteiramente de mármore. A construção levou 22 anos para ser finalizada. É uma das Sete Maravilhas Modernas.
Quando o rei Carlos II da Inglaterra concordou em se casar com Catarina de Bragança, filha de dom João, rei de Portugal, ele recebeu um pequeno presente para adoçar a união. No dote da princesa, então com 2 anos de idade, estavam as cidades de Tânger, no norte da África, e Bombaim (atual Mumbai), na Índia. Carlos tinha 10 anos quando ganhou os novos brinquedos.
O primeiro ovo Fabergé foi encomendado pelo czar Alexandre III, que queria presentear sua esposa com um presente especial na Páscoa. O ovo, feito de ouro, abria para revelar uma gema de ouro que, por sua vez, continha uma galinha dourada com uma réplica em diamante da coroa real, adornada com um rubi. O presente criativo fez tanto sucesso que deu início a uma tradição anual.
O general norteamericano William T. Sherman fora enviado, durante a Guerra Civil, para tomar portos do Exército Confederado, quando foi dado como desaparecido. Seis semanas depois, em 22 de dezembro, o presidente Lincoln recebeu seu telegrama: “Eu lhe presenteio, neste Natal, com a cidade de Savannah, com 150 armas de artilharia pesada e muita munição”.
Presente da França aos EUA, em comemoração ao centenário da independência, o monumento foi concebido em 1865, mas sua inauguração só ocorreu 21 anos depois. Foi montada em Paris e enviada à América, em peças, de navio. O artista Frédéric Auguste Bartholdi inspirou-se na mãe para fazer o rosto e na namorada para o corpo.
Um dos maiores diamantes do mundo, trocou de mãos diversas vezes, e as referências mais antigas à joia datam de 3200 a.C. Durante muitos anos, permaneceu na Índia, mas foi tomado pelos britânicos no século 19 no período da rainha Vitória. Anos depois, em ato simbólico, o marajá Dhulip Singh entregou formalmente o diamante de 105 quilates à rainha. Hoje, Elizabeth II o usa em sua coroa.