Os antigos seguiam etapas precisas para que o corpo de pessoas importantes da civilização fossem preservados para a vida após a morte
Isabela Barreiros, sob supervisão de Alana Sousa Publicado em 11/03/2021, às 16h30 - Atualizado às 22h57
O Egito Antigo é conhecido por suas pirâmides, faraós, riqueza e, principalmente, por suas múmias. As mais importantes pessoas do período histórico, ao morrerem, passavam por um processo que transformava seus corpos em algo que duraria por muitos anos.
O processo da mumificação é estudado até os dias de hoje, envolvendo etapas feitas com precisão para manter o cadáver quase intacto para a vida após a morte do nobre ou faraó. Mais do que um procedimento, o embalsamamento também serve para entender a cultura da civilização.
A Aventuras na História separou 5 curiosidades sobre a mumificação no Egito Antigo. Confira!
Quando um faraó ou pessoa importante do Egito Antigo morria, estava claro que seus corpos passariam pelo processo de mumificação, afinal, eles deveriam ser levados para a vida após a morte. Logo após o óbito, o cadáver era levado para a margem oeste do rio Nilo, que continha tendas ao ar livre.
O lugar era conhecido como “Ibu”, o que significa “local de purificação” e já ficava perto de cemitérios antigos. Com o corpo já no local, sacerdotes eram responsáveis por começar a preparação do cadáver para a mumificação.
O sacerdote Ut começaria o processo do embalsamamento lavando o corpo com vinho de palma e água do rio Nilo, iniciando a preparação. Depois disso, os órgãos seriam retirados do cadáver por meio de um corte do lado esquerdo do abdômen do indivíduo. Na maioria das vezes, o coração permanecia.
O cérebro, por exemplo, era retirado pelas narinas. Muitos dos órgãos, como pulmões, intestinos, estômago e fígado, seriam guardados, depositados em recipientes especiais para esse tipo de ritual funerário. Mas o restante seria descartado logo no começo da prática, jogados no rio que acompanhava todo o processo.
Embora esses tenham sido os locais mais comuns para a realização do processo de mumificação, eles não eram os únicos. Em 2018, uma equipe de arqueólogos descobriu uma sala funerária especializada em embalsamamento na necrópole de Sacará, localizada no sul do Cairo.
Diferentemente dos sacerdotes que desenvolviam isso nas margens do rio Nilo, nesse caso, o procedimento acontecia no subsolo, que contava com áreas específicas para cada etapa da mumificação. Por exemplo, existiam áreas relacionadas apenas à remoção de órgãos, enquanto outra servia para a preparação para o enterro.
Para que o corpo pudesse ser enfaixado para “sobreviver” no futuro, ele deveria passar por um processo de desidratação. Depois de ser lavado e estar livre dos órgãos vitais, o cadáver era preenchido por sal, mais especificamente natrão, que era muito comum no Egito na época.
O corpo ficaria 40 dias envolvido com sal para que a desidratação fosse total. Depois disso, ele era novamente lavado e o sacerdote, então, aplicava substâncias aromáticas e óleos que tinham como intuito aumentar a elasticidade da pele. A próxima etapa era preencher o cadáver com serragem e plantas secas para que ele não ficasse deformado.
A etapa final era envolver o corpo com até 20 camadas de tiras de linho engomado, que seriam enroladas a partir da cabeça do indivíduo, continuando pelas mãos e seguindo até os pés. Essas bandagens eram mantidas firmes por meio da aplicação de uma resina líquida.
Com o corpo enfaixado, já transformado em múmia, ele seria dado à família e, então, enterrado. Dependendo do status social do indivíduo, era sepultado com inúmeros objetos funerários valiosos, que o ajudariam no seu caminho para a vida após a morte, como vasos, máscaras, colares, entre outros.
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