Algumas pessoas já conseguiram superar todas as expectativas e sobreviveram ao impensável: dias e semanas à deriva em alto-mar; confira histórias!
Publicado em 30/10/2024, às 20h00
No começo de 2001, chegou aos cinemas brasileiros um filme que, na época, tornou-se um dos principais papéis da carreira de Tom Hanks: 'Náufrago'. Dirigido por Robert Zemeckis, o filme acompanha um homem que, durante uma viagem de avião, sofre um acidente e cai no oceano Pacífico. Único sobrevivente do episódio, ele acaba numa ilha deserta e sem qualquer contato com o resto do mundo.
"Chuck Noland viaja a trabalho para a Malásia quando o avião da empresa cai no oceano Pacífico durante uma tempestade. Ele é o único sobrevivente do acidente e vai parar em uma ilha deserta. Chuck precisa aprender a sobreviver no local depois que suas tentativas de socorro se esgotam", descreve a sinopse.
E por mais que esse enredo pareça exclusivo de filmes, visto que muitas pessoas seriam incapazes de sobreviver completamente à mercê da natureza em situações extremas, a verdade é que muitas histórias do tipo, ou até mesmo ainda mais impressionantes, já foram registradas pelo mundo. Confira 5 delas:
No fim de janeiro de 2015, Louis Jordan partiu em seu veleiro da Carolina do Sul, seguindo para a Corrente do Golfo em busca de um bom lugar para pescar. O que ninguém esperava, porém, é que ele partiria com esse objetivo, e depois passaria mais de dois meses desaparecido.
Conforme repercutiu a CNN na época, Jordan encontrou problemas quando seu barco virou, e o mastro quebrou; assim como seu ombro. Com a fratura, não conseguiu consertar o mastro do barco, e todos os seus aparelhos eletrônicos afundaram na água. Assim, ele ficou à deriva em pleno Oceano Atlântico, precisando racionar água e comida o máximo que pôde.
Nesse tempo, ele ainda conseguiu improvisar um mastro e uma vela. Louis conseguiu avançar pouco contra as correntes, e ainda estava incomunicável. Depois que seus mantimentos se esgotaram, usou suas roupas para capturar e recolher peixes para se alimentar.
Ele só foi resgatado 66 dias após seu barco tombar por membros da tripulação de um navio porta-contêineres alemão, que o encontraram a cerca de 320 quilômetros da costa da Carolina do Norte.
No fim de 2012, Jose Salvador Alvarenga desapareceu ao partir de Paredon Viejo, um porto na costa do Pacífico do México.
Conforme Alvarenga narrou após seu resgate, ele e seu parceiro de pesca — que partiram pensando em retornar no dia seguinte —, Ezequiel Cordova, de 23 anos, saíram do curso padrão devido a ventos fortes.
Além disso, uma tempestade subsequente os atingiu, danificando o motor e os sistemas de comunicação de rádio e GPS. Porém, apenas quatro semanas à deriva, a dupla de Jose Alvarenga faleceu, pois, se recusava a comer aves cruas.
Passaram-se dias, semanas e meses: Alvarenga só tinha água da chuva para beber e, quando não tinha nenhuma disponível, bebia a própria urina.
Além de aves cruas, ele também comeu tartarugas marinhas. Permaneceu entre13 e 14 meses vivendo dessa forma, em seu pequeno barco. Tudo mudou quando alcançou o Atol de Ebon, a cerca de 22 horas de barco da capital das Ilhas Marshall, onde conseguiu ser avistado e, finalmente resgatado.
+ Os intensos relatos do homem que passou mais de um ano à deriva no Pacífico;
No Dia de Ação de Graças (28 de novembro) de 2014, o pescador Ron Ingraham, residente do Havaí, partiu para o mar da ilha de Molokai. E, mesmo aos 67 anos, ele decidiu seguir sozinho, visto que já era acostumado com a região e um pescador experiente.
No entanto, conforme ele relatou à KHNL/KGMB, seu veleiro foi atingido por uma enorme onda, empurrando o mastro e ele na água. O homem ainda conseguiu auxílio com uma corda, mas, infelizmente, o barco não pôde ser resgatado com tanta facilidade, ficando à mercê da correnteza. Assim, ele esteve incomunicável.
Foi só no dia 1º de dezembro, que um chamado de socorro foi emitido na região. Doze dias após o pedido de socorro, Ron Ingraham foi encontrado e resgatado. Ele relatou que só ficou vivo, pois, se alimentou dos peixes que capturava.
Em fevereiro de 2012, o jovem Adrian Vasquez, de 18 anos, partiu com dois amigos em uma expedição de pesca noturna de San Carlos, no Panamá, em um pequeno barco. Tudo começou muito bem, e os três pegaram muitos peixes, no entanto, tudo mudou quando o motor do barco morreu. Sem experiência, o trio ficou desesperado, sem saber o que fazer à deriva.
Vasquez precisou se alimentar de peixe cru e bebeu água de chuva enquanto estava em alto mar, e via seu barco se afastando cada vez mais da costa. A medida que o tempo passava, seus dois amigos morreram — não ficou claro como exatamente como faleceram, mas Vasquez precisou jogar os cadáveres no mar, pois "estavam muito decompostos".
Após 26 dias, o barco foi encontrado a quase 1000 quilômetros de onde partiu, ao norte das Ilhas Galápagos. O sobrevivente, que havia perdido 9kg nesse tempo, foi resgatado pela marinha equatoriana com "sinais severos de desidratação e falta de nutrição", segundo as autoridades. Felizmente, ele pôde voltar para casa e se recuperou do episódio traumático.
Uma história destoante das demais foi registrada no Japão em 2011 e tinha como protagonista um homem de 60 anos chamado Hiromitsu Shinkawa. Ele estava em casa no fatídico 11 de março de 2011, quando um terremoto de magnitude 9 atingiu o nordeste de Tóquio, seguido por um tsunami devastador, que até mesmo danificou reatores nucleares e devastou cidades — vitimando cerca de 16 mil pessoas.
Porém, logo após o terremoto, Hiromitsu Shinkawa e sua esposa decidiram buscar pertences, quando acabaram atingidos pelo tsunami. A casa deles foi uma das inúmeras devastadas pelo fenômeno natural, e sua esposa, infelizmente, foi levada pela correnteza. Ele, porém, conseguiu se salvar segurando-se no telhado.
Após mais de dois dias, imagens de helicóptero permitiram avistar Shinkawa. Ele acenava uma bandeira vermelha improvisada e conseguiu se apoiar nos destroços do telhado de sua casa, arrastados por 15 quilômetros mar adentro após a onda recuar.
Rapidamente, a tripulação a bordo de um contratorpedeiro da Força de Autodefesa Marítima Japonesa foi até o local em que ele foi visto, e resgatou o idoso em um barco menor.
