"Roberto Civita: O Dono da Banca", de Carlos Maranhão, apresenta a vida pessoal e profissional do jornalista responsável por transformar o jornalismo
Roberto Civita, ou Robert Frank Civita, nasceu em 1936 em Milão, na Itália, filho do empreendedor judeu Victor Civita e de dona Sylvana Civita. Ainda criança, imigrou com a família para Nova York, fugindo das perseguições racistas da Itália de Mussolini.
Em 1949 mudou-se para São Paulo, para onde o pai viera antes e começava um novo negócio, que se tornaria a maior editora de revistas do Brasil, a Editora Abril.
Roberto, o jovem que desejava mudar o mundo, fez faculdade nos Estados Unidos, e, ao ser chamado pelo pai para voltar ao Brasil e ajudar no negócio da família, disse que viria com algumas condições: queria lançar três revistas, sendo uma semanal de informação, no modelo da Time (onde fazia estágio), uma sobre negócios e uma masculina.
Dessa determinação, nasceram Veja, Exame e Playboy. Todas, em determinada época, sucessos editoriais. A Veja chegou a ser a segunda maior revista semanal de informação do mundo em circulação. RC (como também era conhecido) redefiniu o jornalismo brasileiro, comandando um portfólio enorme sob a marca Abril.
Com um texto magnífico e uma forma única de contar história, o autor do livro, o jornalista Carlos Maranhão, conta com detalhes o caminho percorrido – pessoal, profissional, de sucessos e insucessos – desse homem workaholic, curioso, visionário e grande defensor da liberdade de expressão. E, acima de tudo, um homem apaixonado pelo que fazia.
Maranhão registra, logo na abertura da obra, um texto escrito pelo próprio RC, guardado “para um possível livro de memórias”. Esse texto (originalmente em inglês) resume perfeitamente Roberto Civita, o homem que trabalhava muito e se divertia acintosamente com seu trabalho:
“Se você pode fazer as coisas que ama. E fazê-las bem. E se divertir ao fazê-las. E também for reconhecido, admirado (e invejado). E sempre (também) ganhar dinheiro. Você é verdadeiramente abençoado. Eu fui".