Era uma luta diária para a população!
Há relatos no século 19 de estudantes da Faculdade de Direito que reclamavam do cheiro das ruas do centro de São Paulo, iluminadas com lampiões de óleo de peixe.
Queixavam-se também da escuridão, que trazia outro problema. Era impossível caminhar pelo centro sem pisar num sapo - animais que fugiam do Rio Tamanduateí - ou desviar do barro nas ruas.
Quando os portugueses chegaram ao Brasil, trouxeram o sistema de iluminação usado na Europa, os lampiões, lá abastecidos com óleo de baleia. Por se tratar de uma substância cara, os brasileiros a substituíram pelo óleo de peixe e de mamona.
Cada cidadão iluminava a própria casa. Eram lampiões instalados nas fachadas das propriedades particulares e públicas que (mais ou menos) clareavam as ruas.
A partir de 1830, a responsabilidade passou a ser pública, e funcionários municipais passaram a acender esses lampiões toda a noite, e apagá-los na manhã seguinte.
Em 1854, o banqueiro Irineu Evangelista Sousa, o Barão de Mauá, instalou lampiões a gás no Rio de Janeiro, muito mais eficientes.
Em São Paulo, chegaram em 1863, pela São Paulo Gás Company Ltd. Dez anos depois, as ruas paulistanas já possuíam 700 postes a gás. Ninguém mais pisava em sapo.
A primeira cidade do Brasil a ter luz elétrica nas ruas foi Campos, no Rio de Janeiro, em 1883.
Então não se usavam lâmpadas incandescentes, mas de arco voltaico, que produziam uma luz extremamente intensa, capaz até mesmo de queimar a pele, pois uma boa parte da energia era em ultravioleta.
Também quebravam facilmente. Seriam substituídas pelas lâmpadas incandescentes a partir da década seguinte.