Entenda o nascimento do poder paralelo nas cadeias
A Oficina do Diabo
Edmundo Campos Coelho, Record, 2005
Há dois tipos de livros: os imperdíveis e os obrigatórios. A pesquisa de Campos Coelho do sistema prisional na década de 80, suas ramificações e projeções dentro do tecido social, a violência como prática social cotidiana e sua programação e manutenção pela estrutura social o tornam parte do segundo grupo.
Operários da Violência
Martha K. Huggins, Mika Haritos-Fatouros e Philip G. Zimbardo, UNB, 2006
Este, além de obrigatório, é dever ético e moral. Pela primeira vez se faz a conexão (psicanalítica e política) entre o aparelho policial (civil e militar) e o aparato militar de repressão usado durante o regime militar. Os policiais brasileiros receberam dos militares a missão de matar, aniquilar, exterminar o inimigo interno – nesse caso, nós, brasileiros. Acabou a ditadura. Mas a polícia continuou matando, torturando, aniquilando.
Prevenção da Violência
João Trajano Sento-sé, Record, 2006
É uma discussão inicial, mas importante. A violência pode ser prevenida? Não há dentro do Estado brasileiro um modelo de prevenção global, de defesa da vida, dos direitos fundamentais. Aqui, Sento-Sé ausculta, projeta, mensura. A prevenção da violência no caso brasileiro é axiomática: ter ou não ter futuro, como espécie, animais políticos, cidadãos.
*Luís Mir é historiador e autor de livros como Guerra Civil – Estado e Trauma