O profissional era um faz-tudo que às vezes errava feio
Até meados do século 19, os barbeiros faziam bem mais do que apenas aparar cabelo e barba. Na Europa, eles eram uma espécie de faz-tudo, responsáveis também por funções higiênicas – entre elas, provocar sangrias na pele com o uso de sanguessugas, cortar calos e tirar os dentes de pacientes. Intervenções que, não raro, deixavam marcas incuráveis.
“Então, desde o século 15, quando um barbeiro era infeliz em algum serviço diferente daquele que lhe dava o nome da profissão, o povo chamava o erro de ‘coisa de barbeiro’ – e não de alguém profissionalmente preparado, como um médico ou dentista”, afirma José Augusto Carvalho, lingüista da Universidade Federal do Espírito Santo. Embora a idéia de barbeiro para designar uma pessoa incompetente tenha vindo de Portugal, a adaptação para mau motorista é brasileira.