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Brasil: Vícios de origem

O Brasil colonial descrito por Caio Prado Júnior tinha limitações econômicas e sociais que ainda permanecem

Sergio Amaral Silva Publicado em 01/07/2006, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
Aventuras na História - Arquivo Aventuras

Um dos mais importantes historiadores brasileiros do século 20, Caio Prado Júnior nasceu em 1907, numa tradicional família paulistana: era filho do deputado Caio da Silva Prado e de Antonieta Penteado da Silva Prado. Entre 1924 e 1928, cursou Direito na Faculdade do Largo de São Francisco. Sua obra-prima, Formação do Brasil Contemporâneo, foi publicada em 1942. Pelo projeto original, seria apenas o primeiro de quatro volumes nos quais pretendia analisar a história do país até o momento em que vivia – os três volumes seguintes, porém, não foram feitos.

Em 1943, Caio Prado fundou, com o escritor Monteiro Lobato, a Editora Brasiliense. Sua militância política o levou ao cargo de deputado estadual pelo Partido Comunista Brasileiro, que exerceu entre 1945 e 1947. Em 1968, assumiu a cátedra de História do Brasil na Universidade de São Paulo, mas, no mesmo ano, foi cassado e aposentado pela ditadura militar. Partiu para o exílio no Chile e ao retornar, em 1970, foi preso por ser comunista (no ano seguinte, acabou absolvido pelo Supremo Tribunal Federal). Morreu em 1990, depois de publicar mais de uma dezena de livros.

Em Formação do Brasil Contemporâneo, Caio Prado analisa o período colonial, caracterizado pela monocultura exportadora e pelo escravismo. Segundo o autor, o atraso no desenvolvimento do Brasil é um reflexo do que ocorreu naquela época. Sua tese central está no que chama de “sentido da colonização”: ao fazer do Brasil um mero fornecedor de produtos tropicais, ele determinou uma dependência prolongada do exterior, que continuou mesmo quando o país deixou de ser uma colônia. O ensaio trata do povoamento, da vida material e da vida social, incorporando fontes primárias, como livros de viajantes e cronistas da época colonial. A obra, de influência marxista, introduziu um novo método de se escrever sobre história no Brasil. Caio Prado acreditava que somente a universalização da educação, da cultura e da saúde poderia equilibrar as profundas diferenças sociais brasileiras – raciocínio que, infelizmente, continua atual.