Através da tecnologia Lidar, arqueólogos fizeram uma descoberta surpreendente em uma selva no México: uma antiga cidade maia
Redação Publicado em 17/11/2024, às 14h00
Em outubro, arqueólogos revelaram uma descoberta monumental no Estado de Campeche, no sudeste do México: uma antiga cidade maia, agora chamada de Valeriana.
Esta descoberta impressionante foi possível graças à tecnologia Lidar, que utiliza pulsos de laser para mapear estruturas ocultas sob a vegetação densa da floresta tropical.
A cidade recém-descoberta é considerada a segunda maior em densidade após Calakmul, o maior sítio arqueológico maia da América Latina, informa a BBC.
A descoberta acidental ocorreu quando Luke Auld-Thomas, doutorando na Universidade Tulane, se deparou com dados de uma pesquisa ambiental mexicana enquanto explorava arquivos online.
"Eu estava em algo como a página 16 dos resultados de pesquisa do Google e encontrei uma pesquisa a laser feita por uma organização mexicana para monitoramento ambiental", afirmou Auld-Thomas à BBC.
Ao processar os dados como métodos da arqueologia, ele se deparou uma cidade que pode ter abrigado entre 30 mil e 50 mil habitantes durante seu auge entre 750 e 850 d.C., superando a população atual da região. Valeriana foi assim nomeada em homenagem a uma lagoa próxima e está situada a apenas 15 minutos a pé de uma estrada principal perto de Xpujil.
O complexo urbano se estende por cerca de 16,6 km e inclui duas praças com pirâmides, um anfiteatro e uma arena de jogos. A presença de um reservatório sugere que a cidade tinha recursos hídricos suficientes para sustentar uma grande população. No total, foram identificados 6.764 edifícios de tamanhos variados ao longo dos três sítios investigados.
Esta descoberta desafia a antiga percepção ocidental de que as civilizações não prosperavam nos trópicos. Marcello Canuto, coautor da pesquisa, destaca que essa região era o lar de culturas ricas e complexas.
Embora as razões exatas para o abandono da cidade permaneçam incertas, mudanças climáticas são apontadas como um fator significativo. As cidades densamente povoadas enfrentaram dificuldades em sobreviver aos desafios climáticos, levando ao colapso das civilizações maias após 800 d.C.
"As evidências sugerem que o local estava completamente lotado de pessoas no início das condições de seca e não havia muita flexibilidade. Então, talvez todo o sistema basicamente se desfez à medida que as pessoas se mudavam para mais longe", explicou à BBC professora Elizabeth Graham, da University College London, no Reino Unido, que não está envolvida na pesquisa.
Apesar das inúmeras descobertas, há um desafio significativo: a capacidade limitada dos arqueólogos para estudar todos os novos locais identificados. A pesquisa sobre 'Valeriana' foi publicada no periódico acadêmico Antiquity, oferecendo novas perspectivas sobre o passado maia.
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