Navio considerado o maior da América Latina - Divulgação / Marinha do Brasil
Rio Grande do Sul

Porto Alegre: Como é o maior navio de guerra da América Latina enviado ao RS?

Em meio a grandes enchentes no estado do Rio Grande do Sul, a Marinha está enviando seu maior navio de guerra, mas o que ele suporta? Confira!

Isabelly de Lima Publicado em 09/05/2024, às 17h00

O Rio Guaíba, que banha a capital gaúcha, Porto Alegre, atingiu um nível alarmante no último domingo, 5, superando em muito a marca de inundação e causando um cenário de devastação no Rio Grande do Sul. O nível das águas chegou a 5,31 metros, ultrapassando em mais do dobro os 2,5 metros que acionam o alerta de inundação.

De acordo com o último boletim da Defesa Civil do estado, a tragédia já deixou um saldo triste: mais de 100 mortes confirmadas, 128 pessoas desaparecidas e 372 feridos. O impacto da enchente se fez sentir em 401 municípios gaúchos.

Equipes de resgate trabalham incansavelmente na busca por desaparecidos e na prestação de socorro às vítimas. O governo do estado decretou estado de calamidade pública para facilitar a liberação de recursos e agilizar os trabalhos de ajuda humanitária.

Enchente em Porto Alegre - Getty Images

 

Uma dessas contribuições será realizada pelo Navio Aeródromo Multipropósito Atlântico (NAM Atlântico), o maior navio militar da América Latina. Ele partiu na tarde de quarta-feira, 8, às 15 horas, da base naval do Rio de Janeiro em direção à cidade de Rio Grande, localizada no litoral do Rio Grande do Sul. Mas como é esse navio tão grandioso? Veja a seguir!

Características gerais

Conhecido como Atlântico, o NAM foi construído na década de 1990, na Inglaterra, e foi integrado à Marinha do Brasil em 2018, sendo renomeado como Porta-Helicópteros Multipropósito "Atlântico". Em novembro de 2020, passou a ser designado como "Navio-Aeródromo Multipropósito" devido à sua habilidade de operar com aeronaves remotamente controladas.

Com 203 metros de comprimento, pode acomodar uma tripulação de até 300 militares e até 806 fuzileiros navais. Sua velocidade máxima sustentada é de 18 nós (33 km/h) e tem um alcance operacional de 8 mil milhas náuticas (14,8 mil quilômetros).

O navio que foi em direção ao Rio Grande do Sul - Divulgação / Marinha do Brasil

 

Além de servir como porta-helicópteros, tem capacidade para transportar 18 aeronaves de asa rotativa, podendo alojar simultaneamente até sete aeronaves em seu convés de voo. O NAM é compatível com todos os modelos de helicópteros utilizados pela Marinha.

Quanto ao compartimento de carga, pode armazenar até 40 veículos e está equipado com quatro lanchas de desembarque anfíbio, de acordo com o UOL.

O que foi levado?

O gigantesco navio embarcou 1.100 membros da Marinha, incluindo fuzileiros navais, equipes médicas e tripulação. Em um esforço conjunto, eles carregaram 40 veículos a bordo, incluindo veículos anfíbios semelhantes a tanques de guerra, capazes de se locomover na água.

Além disso, o navio transporta oito embarcações menores, três helicópteros e mais de 80 toneladas de suprimentos, como roupas e alimentos, doados pelos habitantes do Rio de Janeiro para as vítimas das chuvas no Sul do país, segundo a CNN Brasil.

Enquanto aguardam a chegada dos helicópteros, o convés está sendo utilizado para transportar veículos e até mesmo uma "ambulancha", uma embarcação equipada para atendimento de emergência aos feridos.

Quanto ao atendimento médico à população, o Navio Atlântico possui um hospital completo, com sala de emergência, enfermaria, centro cirúrgico e UTI, além de uma equipe médica pronta para atender às necessidades.

Embarcação também serve de porta-helicópteros - Divulgação / Marinha do Brasil

 

Tratamento de água

O maior navio de guerra da América Latina está levando também duas estações móveis de tratamento de água para o Sul do país. Juntas, podem produzir até 20 mil litros de água potável por hora, o que será crucial, considerando que mais de 500 mil pessoas no Rio Grande do Sul estão sem água devido ao rompimento das barragens.

Essa estação trata água doce e não salgada. Ela consegue purificar a água que chega com muitas partículas e impurezas. Hoje, existe uma demanda muito grande de água potável no Sul e será de grande ajuda", disse o Contra-Almirante Nelson Leite, comandante da Primeira Divisão da Esquadra para a CNN Brasil.

A chegada do Navio Atlântico à cidade de Rio Grande está programada para a tarde do próximo sábado, 11.

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