O que era a esperança de um futuro melhor logo se tornou na certeza da maior atrocidade da Humanidade
Fabio Previdelli | @fabioprevidelli_ Publicado em 29/01/2022, às 00h00
Em 30 de janeiro de 1933, Adolf Hitler era nomeado pelo presidente alemão Paul von Hindenburg como Chanceler do Reich. Até então, poucos sabiam do que o austríaco seria capaz.
A única certeza da população alemã é que a República de Weimar havia fracassado. Somente um ‘salvador da pátria’ parecia ser capaz de colocar o país nos eixos. No entanto, Hitler não salvou a pátria, muito pelo contrário, a destruiu e o único Eixo que conseguiu foi com Itália e Japão na Segunda Guerra.
A ‘Solução Final' de um dos maiores maníacos da História acabou vitimando mais de seis milhões de judeus em Campos de Concentração. Naquela época, os alemães sabiam que estavam escrevendo uma parte importante de sua história, porém, não tinham noção que seria a mais cruel entre elas.
Após o fim da Primeira Guerra Mundial, instalou-se na Alemanha o que historiadores chamam de República de Weimar. O modelo democrático tinha como sistema um governo representativo semipresidencialista.
Entretanto, desde seu surgimento, em 1918, o sistema parecia fadado ao fracasso. Segundo matéria do Deutsche Welle, a República de Weimar sofria defeitos desde sua criação, já que muitos viam uma 'democracia sem democratas'.
O fato se explica por alguns pontos: um deles é que a própria população alemã rejeitava o sistema, principalmente a elite e funcionários públicos. Até mesmo políticos não estavam satisfeitos como tudo funcionava.
Aliado a isso soma-se as diversas tentativas de golpe, tanto por parte da esquerda comunista quanto da direita nazista. Assassinatos brutais também marcaram os primeiros anos da República de Weimar, como dos esquerdistas Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo. Outra vítima da época foi o ministro do Exterior Walther Rathenau. De origem judaica, ele foi morto por adeptos da extrema direita.
A República de Weimar existiu durante 14 anos, terminando quando o partido nazista assumiu o poder em 1933. Durante o período em que esteve em vigor, sua estabilidade foi evidenciada pelos 21 governos diferentes que comandaram a nação.
Além do mais, muitas pessoas que contestavam a Constituição se espalhavam pelos 17 partidos do Parlamento, segundo o DW. A descrença da população parecia se justificar a cada crise. A sociedade clamava por um ‘salvador da pátria’.
Paralelamente a isso, grupos extremistas cresceram cada vez mais. Em meados de 1930, uma guerra civil parecia questão de tempo. No fim da década de 20, uma crise econômica passou a assolar a população; em junho de 1932 já haviam mais de 5,6 milhões de desempregados segundo os registros oficiais da época — índice significativo visto que, em 1925, a população da República de Weimar havia batido a casa dos 62,4 milhões.
Surge no presidente Paul von Hindenburg a figura de um homem que poderia ser o nome forte para colocar o país nos eixos. Mas a realidade era bem diferente, visto que em 1933, ele já tinha 85 anos. O tempo era escasso. Uma alternativa precisava aparecer.
Mas engana-se quem pensa que isso facilitou a chegada dos nazistas ao poder. Hindenburg não confiava no jovem Adolf Hitler para tal função, a quem chamava de “soldado raso da Boêmia”.
Afinal, um condecorado marechal de campo da Primeira Guerra tinha uma hierarquia a zelar e apenas um soldado comum não parecia ter a bagagem necessária para tal função. Mas pessoas próximas a ele o convenceram do contrário. Disseram que Hitler estaria sob controle.
"Nós iremos enquadrar Hitler”, prometeu Alfred Hugenberg, líder do Partido Popular Nacional Alemão. Os nazistas não pareciam ser uma ameaça àquela altura, visto que somente dois ministérios foram oferecidos ao partido no novo gabinete.
Mas tudo não passava de um plano de Hitler. Se apresentando de forma moderada e sem exaltações, o futuro ditador tinha sua trajetória já bem encabeçada. Adolf começou a colocar as garras de fora em 30 de janeiro de 1993, quando assumiu o poder da Alemanha.
"Hitler é chanceler do Reich. Como um conto de fadas!", festejou Joseph Goebbels, futuro ministro da Propaganda, em seu diário pessoal. Acontece que Hitler jamais escondeu sua ideologia, apenas pouco se sabia sobre ela.
É verdade que, na ocasião, Mein Kampf já havia sido publicado a quase uma década — o lançamento aconteceu em 18 de julho de 1925. Mas o estouro das vendas só cresceram após a data.
Desta forma, o 30 de janeiro de 1933 ficou conhecido como o ‘Dia da tomada de poder’, um nome um tanto quanto fantasioso, visto que a “tomada de poder” aconteceu constitucionalmente.
“E agora, meus senhores, para a frente com a ajuda de Deus!”, declarou Hindenburg após a posse de Hitler. Apesar da frase de esperança, ela jamais viu as barbaridades que o Fuhrer cometeu, já que morreu logo no ano seguinte, em 1934.
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