Iniciada no dia 20 de março de 2003, a Guerra do Iraque culminou na morte do ditador Saddam Hussein e de inúmeras pessoas
Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 20/03/2023, às 08h00 - Atualizado às 09h28
Há 20 anos, mais exatamente no dia 20 de março de 2003, os Estados Unidos e o Iraque entraram em um conflito militar que surpreendeu o mundo, não só pelo quão repentina foi a ação, como também por sua duração: ao longo de 8 anos, quase todos os dias se via ao menos uma nova notícia sobre a Guerra do Iraque.
Com inúmeras vidas perdidas, o conflito é considerado um dos maiores, até hoje, financiados pelos Estados Unidos, além de ter provocado reações que afetam o país do Oriente Médio até hoje.
Antes de qualquer coisa, é importante pontuar que, durante a época em que os Estados Unidos invadiram o Iraque, em 2003, o presidente então em poder no país do Oriente Médio era Saddam Hussein. E na época, assim como hoje em dia com relação a outros países, o governo norte-americano afirmava que o regime iraquiano desenvolvia armas químicas e de "destruição em massa" — fato este nunca comprovado.
Como Hussein já estava na mira dos Estados Unidos desde a invasão iraquiana no Kuwait, em 1990, e o governo norte-americano enxergava o do Iraque como uma ameaça para a região do Oriente Médio, tudo que eles esperavam era um movimento em falso do ditador para iniciarem uma nova guerra na região, e deter Hussein.
Foi então no dia 11 de setembro de 2001, quando ocorreu o atentado às Torres Gêmeas no World Trade Center, em Nova York, que chegou esse estopim. Alegando que Hussein tinha relação com a Al-Qaeda, grupo terrorista responsável pelo ataque terrorista que matou mais de 3 mil pessoas, e que o país detinha de armas de destruição em massa, o então presidente americano, George W. Bush, determinou a invasão ao Iraque no dia 20 de março de 2003.
Em uma ação considerada rápida, os primeiros ataques aéreos dos americanos foram direcionados a locais em que Saddam Hussein teria encontros com membros de sua equipe. Como a resistência iraquiana não era suficientemente eficiente para suprimir o avanço estadunidense, levou somente pouco menos de um mês até que os Estados Unidos tomassem controle da cidade de Bagdá, capital iraquiana.
Dias depois, as tropas britânicas — aliados dos Estados Unidos na guerra — tomaram controle também de outras cidades importantes, como Al-Bashrah, até alcançarem, também, a cidade natal de Hussein, Tikriti. Já em dezembro, ele foi capturado e, só no ano seguinte, entregue às autoridades iraquianas, tendo sido condenado à morte e, por fim, executado em dezembro de 2006.
Logo depois da queda do regime do partido Ba’ath, que governava o país havia 35 anos, o Iraque foi lançado em caos. Grandes cidades se rebelaram, e uma sangrenta guerra civil iniciou-se, de forma que a ordem e a lei no país foram completamente perdidas.
Nos anos que sucederam o início da guerra civil, mais de 3 mil soldados norte-americanos e britânicos morreram, assim como mais de 650 mil civis iraquianos, além de outros milhares terem perdido seus lares.
Nesse período, a própria Al-Qaeda e outros grupos extremistas — como o Estado Islâmico — se fortaleceram, e uma série de novas ofensivas militares ocorreram no país. O término oficial da Guerra do Iraque, por sua vez, só se deu em 15 de dezembro de 2011, com a saída de todas as tropas americanas do país.
Embora praticamente não haja país no mundo que se oponha à queda do regime ditatorial de Saddam Hussein, a maioria da comunidade global e opinião pública era contrária à guerra, visto toda a destruição provocada, danos às famílias iraquianas e a crise instaurada no país.
Como já mencionado, uma das maiores razões para George W. Bush invadir o Iraque era a suspeita de que Hussein investia no desenvolvimento de armamentos de destruição em massa.
Porém, tais artefatos não foram encontrados, e nem mesmo houve alguma comprovação de uma relação entre Hussein e a Al-Qaeda, de forma que o ataque pode ser interpretado, hoje, como uma ação gratuita norte-americana para perpetuar seu domínio na região.
Por fim, em 2016 um relatório do governo britânico feito para avaliar a decisão de participação na guerra concluiu que a ação militar realmente não era o último recurso, e as consequências da invasão foram subestimadas, segundo a Revista Galileu.
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