Zelensky aprovou explosão de gasodutos, mas tentou cancelar plano, diz jornal

A explosão dos gasodutos Nord Stream em 2022, que gerou especulações e acusações, é descrita por um oficial ucraniano como resultado de uma noite de bebedeira e da determinação de alguns indivíduos dispostos a arriscar suas vidas.

Segundo o Wall Street Journal, a operação teria sido aprovada pelo presidente Volodymyr Zelensky e realizada por uma pequena equipe com um iate alugado.

O jornal relata que, após a aprovação inicial de Zelensky, a agência de inteligência militar holandesa MIVD alertou a CIA americana sobre o plano. As autoridades americanas então solicitaram que Zelensky interrompesse a missão — o que ele de fato fez. No entanto, o comandante-em-chefe Valeri Zalujniy teria modificado o plano e envolvido oficiais de operações especiais ucranianos, dando prosseguimento à missão.

Segundo informações do portal O Globo, Zalujniy, atualmente embaixador da Ucrânia no Reino Unido, nega envolvimento e afirma que as Forças Armadas ucranianas não estavam autorizadas a conduzir tais operações fora do país. Um alto funcionário de inteligência ucraniano também negou a participação do governo na explosão.

O Wall Street Journal aponta que a operação, que custou cerca de US$ 300 mil, teria sido planejada informalmente por militares e empresários ucranianos.

Investigação alemã

Em junho deste ano, a Alemanha emitiu um mandado de prisão para um instrutor de mergulho ucraniano suspeito de participar do esquema. A investigação alemã e o WSJ não vincularam diretamente Zelensky à operação.

Na época da explosão, a Rússia culpou os EUA, Reino Unido e Ucrânia pelo ocorrido, enquanto autoridades europeias suspeitaram de Moscou, que estaria buscando usar a crise energética para pressionar a Europa a reduzir o apoio à Ucrânia.