Tesouro de 1.650 anos, que remonta à revolta judaica, é encontrado em Israel

Em Israel, arqueólogos fizeram recentemente uma descoberta que fornece um panorama histórico sobre a vida judaica na antiga era romana de Israel. No último domingo, 16, a Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) anunciou a escavação de um sítio em Lida, que fica no distrito Central.

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Por lá, o IAA relatou que seus arqueólogos encontraram os restos de um "prédio público judaico destruído" que ficava na Síria Palestina (ou Palestina Romana).

Entre os vários achados no edifício estavam impressionantes artefatos de pedra e mármore; inscrições gregas, hebraicas e latinas, e uma inscrição com o nome de um judeu de uma família sacerdotal, que ainda está sendo estudada", disse o IAA.

"Essas inscrições, juntamente com a completa ausência de ossos de porco no conjunto ósseo descoberto neste local, atestam a associação deste edifício com a comunidade judaica", continuou a instituição, conforme repercutido pelo NY Post. 

Os achados 

Em esforços notáveis, os pesquisadores descobriram um tesouro de 94 moedas com aproximadamente 1.650 anos. O IAA remonta a descoberta à revolta judaica contra Constâncio Galo, que começou no ano de 351.

Embora as evidências escritas sejam escassas em relação a esta revolta, há textos que relatam que grandes comunidades judaicas, como Lida, Tzippori e Tiberíades, foram destruídas pelas forças do César romano Flávio Cláudio Constâncio Galo", prosseguiu a nota. 

As moedas mais antigas podem ter sido produzidas já no ano de 221. Historiadores acreditam que o tesouro foi escondido propositalmente durante a revolta. "[As moedas] foram deliberadamente colocados lá — na esperança de [alguém] voltar para recolhê-las quando a situação se acalmasse", esclarece a IAA em comunicado.

Dois dos escavadores do local, Shahar Krispin e Mor Viezel, disseram em uma declaração conjunta que o edifício "magnífico" provavelmente serviu como alojamento para os anciãos judeus da cidade.

"Pelos escritos talmúdicos, sabemos que Lida foi um centro judaico muito significativo após a destruição do Segundo Templo em Jerusalém", explicam na declaração. "Este edifício, destruído até às suas fundações, é uma indicação clara de que a revolta foi reprimida à força com violência e crueldade, e não foi simplesmente um evento de revolta local, como alguns estudos anteriores afirmaram".

Esta é a testemunha singular, até agora, da extensão e do poder desta revolta em Lida, localizada no centro do país", prosseguiram. 

Já o professor Joshua Schwartz, do Conselho da Autoridade de Antiguidades de Israel, observou que a descoberta também levanta questões adicionais."É difícil determinar se este edifício magnífico serviu como sinagoga, sala de estudos, sala de reunião dos anciãos ou todas essas três funções como uma só".

"Mas o que está claro é que o tamanho do edifício, o tesouro de moedas e o conjunto de achados arqueológicos produzidos pela escavação se encaixam bem na descrição de Lida/Diospolis, tanto em fontes judaicas quanto não judaicas, como um centro de vida judaica fiel à Torá nos períodos da Mishná e do Talmude", repercute o Post.

"O papel de Lida como uma comunidade liderada pelos mais velhos continuou desde depois da destruição até este momento em que foi cruelmente eliminado na Revolta contra Galo", finalizou Schwartz.