O órgão ainda divulgou outros números preocupantes em relação ao restante do mundo
Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 09/03/2021, às 15h17
Segundo um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) publicado nesta terça-feira, 9, 23% das mulheres brasileiras entre 15 e 49 já sofreram violência doméstica (o que inclui agressões físicas ou sexuais) de seus parceiros em algum ponto de sua vida.
A pesquisa chocante revelou ainda que apenas no período entre março de 2020 e agora, doze meses depois, 6% das brasileiras passaram por pelo menos um episódio de agressão.
"A violência contra a mulher é endêmica em todos os países e culturas, causando dano a milhões de pessoas e suas famílias. Mas, ao contrário da covid-19, essa violência não pode ser parada com uma vacina. A única forma é com um esforço prolongado e profundo por parte de governos, indivíduos e comunidades”, comentou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Suas palavras foram repercutidas pelo UOL.
O relatório, que referiu-se ao problema global como uma “pandemia oculta”, avaliou também outros países - em alguns, a porcentagem de mulheres que já haviam sido agredidas chegou a assustadores 50%.
Esse mapeamento da violência contra a mulher relatou ainda que somando todas as mulheres que já foram vitimadas ao redor do mundo, o número chega a 736 milhões. Ainda segundo o documento, a situação é similar à última pesquisa desse gênero, feita em 2013, de forma que não houve melhoras significativas.
Segundo a historiadora Luiza Tonon da Silva, muitas foram as mulheres que lutaram para a conquista dos direitos que temos hoje. A maioria é anônima, já que, por muito tempo, a história se mostrou por meio de narrativas masculinas, quase sempre brancos e proprietários.
“Quando uma ou outra mulher era digna de nota, quase nunca vinha do meio de trabalhadores: poucas tiveram seu nome registrado por quem detinha a pena da escrita da História”, diz Luiza.
Pensando nisso, a revista Aventuras na História separou alguns nomes fundamentais na luta feminina pela dignidade no trabalho.
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